Choque político no Mali: Demissão do primeiro-ministro Choguel Maïga por Gel Assimi Goïta

A demissão do primeiro-ministro Choguel Maïga no Mali provocou tensões políticas e manifestações populares. Criticado pela junta governante, Maïga foi acusado de “traição” e “denúncia”. A sua saída abre caminho para novas incertezas relativamente à transição democrática do país. As próximas semanas serão cruciais para determinar o futuro político do Mali num contexto de estabilidade e legitimidade políticas incertas.
Um grande acontecimento político abalou o Mali esta quarta-feira, 20 de novembro, com a demissão do primeiro-ministro Choguel Maïga. Anunciada pelo secretário-geral da presidência, Alfouseyni Diawara, esta demissão foi oficializada através da leitura de um decreto assinado pelo presidente da transição, Gel Assimi Goïta.

A nomeação de Choguel Maïga pelo exército em 2021, após o segundo golpe de Estado num ano no Mali, suscitou esperanças, mas também tensões. Durante as celebrações que comemoraram a reconquista de Kidal em Novembro de 2023, o Primeiro-Ministro Maïga criticou publicamente a junta no poder. Vestido em traje militar, apesar do seu estatuto civil, Maïga expressou a sua frustração pela sua exclusão nas principais tomadas de decisão, particularmente no que diz respeito ao calendário para a transição política do país.

A reação da população não tardou a chegar. Os manifestantes na capital e em muitas cidades do país pediram a demissão de Choguel Maïga. A secção do exército do Mali conhecida como Coletivo de Defesa Militar (CDM) acusou o Primeiro-Ministro de “traição” e “denúncia” na sequência das suas críticas aos generais no poder.

Este episódio político turbulento realça as tensões e os problemas que o Mali enfrenta, reflectindo os complexos desafios associados à sua transição democrática. A demissão de Choguel Maïga abre caminho para novas incertezas quanto ao rumo político do país.

As próximas semanas prometem ser decisivas para o Mali, uma vez que os cidadãos e os actores políticos aguardam impacientemente esclarecimentos sobre o futuro da transição e possíveis mudanças futuras na governação do país. Esta nova etapa insere-se num contexto já tenso, onde a estabilidade política e a legitimidade continuam a ser questões cruciais para o futuro do Mali.

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