A cimeira do G20 realizada no Brasil destacou duas grandes crises que abalam o nosso mundo: a crise climática e os conflitos na Ucrânia e no Médio Oriente. Esses temas quentes monopolizaram a atenção dos líderes durante o primeiro dia de reuniões.
Numa declaração conjunta, os líderes das principais economias do mundo destacaram o sofrimento do povo de Gaza e da Ucrânia e apelaram a uma cooperação reforçada em questões cruciais como a redução da pobreza, as políticas fiscais e as alterações climáticas.
O chefe da ONU para o clima, Simon Stiell, apelou recentemente aos líderes do G20 para ajudarem a quebrar o impasse nas negociações sobre financiamento climático na COP29 que está a ser realizada no Azerbaijão.
Esta cimeira sobre o clima pretende chegar a um acordo para mobilizar centenas de milhares de milhões de dólares em financiamento para a adaptação e mitigação das alterações climáticas nos países em desenvolvimento.
Cabe às grandes economias, responsáveis por mais de três quartos das emissões globais de gases com efeito de estufa, definir as prioridades de financiamento.
A declaração do G20 apelou ao “aumento rápido e substancial do financiamento climático de milhares de milhões para biliões, de todas as fontes”. Contudo, embora os líderes concordem com a necessidade de os negociadores da COP alcançarem uma nova meta financeira para os países ricos, ainda não encontraram uma solução concreta.
Os países desenvolvidos argumentam que a base de contribuintes deve ser alargada para incluir os países em desenvolvimento mais ricos, como a China e alguns países do Médio Oriente.
Na terça-feira, espera-se que os líderes do G20 abordem questões de desenvolvimento sustentável e transição para fontes de energia mais limpas. Procuram reforçar os esforços para combater o aquecimento global antes de Donald Trump se tornar presidente dos Estados Unidos.
Na verdade, estes últimos ameaçaram retirar os Estados Unidos do acordo climático de Paris e reverter a legislação climática de Washington. Esta posição preocupa os actores da cena internacional, que vêem a sua eleição como um possível grande retrocesso na luta contra as alterações climáticas.
Assim, a cimeira do G20 deste ano é de importância crucial para o futuro do nosso planeta. Apela ao reforço da cooperação internacional para enfrentar os desafios do século XXI, desde a crise climática aos conflitos regionais. As decisões tomadas durante estas reuniões terão um impacto duradouro nas gerações futuras.