A controvérsia do programa “Projeto Soano” na África do Sul: reexame necessário para uma gestão transparente e eficiente

O programa "Projecto Soano" da África do Sul, inicialmente centrado na gestão da frota de veículos da Força de Defesa Nacional, transformou-se num projecto controverso, incluindo acordos dispendiosos para treinar soldados em medicina e engenharia para Cuba. O Auditor Geral recomendou uma revisão dos acordos actuais devido a preocupações em torno dos custos e da relevância da formação ministrada. Há uma necessidade urgente de garantir uma melhor integração de competências formadas e um planeamento adequado para satisfazer as necessidades do país. A cooperação internacional é essencial, mas deve respeitar as normas nacionais para ser eficaz. É necessária uma gestão mais rigorosa do programa para garantir benefícios sustentáveis ​​para a África do Sul.
O programa “Projecto Soano” na África do Sul, inicialmente centrado na manutenção e reparação da frota operacional de veículos da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF), transformou-se num projecto dispendioso e controverso que envolve acordos adicionais dispendiosos, como a formação de soldados como médicos e engenheiros mecânicos em Cuba. Este programa, lançado em 2012 e com duração prevista de cinco anos, já custou aos contribuintes mais de 2,6 mil milhões de rands.

O Gabinete do Auditor Geral informou a Comissão Permanente de Contas Públicas do Parlamento (Scopa) que o Ministério da Defesa ainda está a rever o acordo bilateral entre a África do Sul e Cuba, “Projecto Thenano”, bem como todos os subcontratos associados. Segundo o representante do Auditor Geral, Mbali Tsotetsi, foram feitas recomendações ao Ministro da Defesa para rever todos os acordos, e essa revisão está em curso.

Esta reavaliação surge na sequência de preocupações levantadas em torno da evolução do projecto inicial para acordos adicionais dispendiosos e complexos, envolvendo nomeadamente a formação de soldados sul-africanos em Cuba nas áreas médica e de engenharia. Embora o acordo bilateral entre os dois países indique a cooperação em defesa sem especificar modalidades, os acordos adicionais detalham processos que o Auditor Geral disse que deveriam ter sido sujeitos a processos de licitação competitiva ou desvios para justificar a utilização dos serviços de Cuba.

Verificou-se que alguns membros das Forças de Defesa Sul-Africanas foram enviados para Cuba para estudos médicos, mas as qualificações obtidas nem sempre são reconhecidas na África do Sul, levando a custos adicionais na manutenção dessas competências. Além disso, lacunas no planeamento e execução dos programas levaram a situações em que os licenciados não conseguem exercer a sua profissão devido à falta de reconhecimento das qualificações.

Isto realça a necessidade de uma estratégia clara para a integração de profissionais qualificados na força de trabalho, bem como de um melhor planeamento para satisfazer as necessidades de engenharia de saúde e segurança da África do Sul. A cooperação internacional é essencial, mas deve ser feita em conformidade com as normas e requisitos nacionais para garantir a eficácia e relevância dos investimentos realizados.

Em conclusão, a revisão do “Projecto Thenano” e dos acordos associados é crucial para garantir que as contribuições financeiras dos contribuintes sul-africanos se traduzam em benefícios tangíveis e duradouros para o país. Uma melhor gestão dos programas de formação e de cooperação internacional é essencial para garantir o desenvolvimento eficaz de competências e um impacto positivo na defesa e segurança nacionais.

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