“O conflito de terras entre os habitantes de Lubenga e da Catedral, por um lado, e os de Kalendakanyi, por outro, no território de Lubão, mergulhou a região no horror, com um trágico número de mortos e numerosos feridos. e a escalada evitável da violência realça as tensões persistentes em torno da propriedade da terra, exacerbadas por interesses económicos conflituantes.
O incidente, ocorrido no sector de Bekalebue, a mais de 130 quilómetros de Kabinda, obrigou quase 500 pessoas a refugiarem-se no mato, fugindo de confrontos mortais. Os abusos perpetrados durante estes acontecimentos são uma triste realidade, testemunhando as condições desumanas enfrentadas por estas populações presas à violência indiscriminada.
As raízes deste conflito parecem residir em disputas de terras há muito latentes, alimentadas pela competição pelo acesso a terras aráveis, particularmente em antecipação à época das formigas aladas, uma fonte de rendimento para muitas famílias. Estes confrontos, de uma violência incrível, vão muito além do quadro de uma simples disputa territorial e sublinham a urgência de uma resolução pacífica e duradoura deste conflito.
Embora as autoridades locais permaneçam curiosamente silenciosas face a este estado de crise, é imperativo implementar medidas de acalmia e mediação para evitar novas tragédias. A cooperação das comunidades locais, das organizações humanitárias e das autoridades governamentais é essencial para restaurar a paz e a estabilidade nesta região devastada pela violência e pela pobreza.
Neste período em que a solidariedade e a fraternidade devem prevalecer, é fundamental tomar ações concretas para proteger as populações vulneráveis e garantir um futuro mais sereno para todos. Chegou a hora de virar a página da violência e construir um futuro baseado na justiça, no respeito mútuo e na coexistência pacífica.
Para além deste drama humano, este conflito fundiário revela as cicatrizes profundas de uma sociedade atormentada por tensões sociais e económicas, apelando à reflexão colectiva sobre as questões da propriedade da terra, do desenvolvimento rural e da coesão social. Ao abordar as raízes destes conflitos, podemos construir um futuro mais harmonioso e equitativo para todos os habitantes desta região devastada.
Em conclusão, é imperativo agir rápida e decisivamente para pôr fim a esta espiral de violência e instabilidade e para lançar as bases para uma paz duradoura e um desenvolvimento inclusivo para todos. A resolução deste conflito fundiário não pode mais esperar: chegou a hora de nos unirmos numa onda de solidariedade e reconciliação, a fim de construir um futuro melhor para as gerações vindouras”.