O conflito no Sudão teve consequências devastadoras para as mulheres e raparigas que fugiram para o Chade. Em busca de ajuda mais acessível, empregos e promessas de dinheiro, alguns refugiados sudaneses afirmam ter sido vítimas de exploração sexual no Chade.
Esta exploração sexual é considerada um crime neste país do Sahel. As mulheres testemunharam anonimamente, por medo de represálias dos homens que as exploraram. Entre eles, uma jovem mãe de 27 anos contou como teve que fazer sexo com um homem para sustentar a si mesma e aos seus filhos. Ela deu à luz seu quinto filho, fruto dessas trocas pelo dinheiro prometido.
Os refugiados disseram que os homens que os exploraram incluíam trabalhadores humanitários e forças de segurança locais. No campo de Adre, perto da fronteira com o Sudão, uma jovem de 19 anos explicou que testemunhou a morte de vários membros da sua família antes de fugir com a mãe para o campo de Aboutengue. Confrontada com as duras condições de vida no campo, ela acabou por se juntar ao comércio sexual para sustentar a sua família.
O prefeito da região, Ali Mahamat Sebey, negou as acusações contra as forças de segurança locais. No entanto, estas histórias destacam as lutas enfrentadas pelas mulheres refugiadas sudanesas no Chade, à medida que as organizações humanitárias lutam para apoiá-las em locais de deslocamento cada vez maiores.
Os campos de deslocados internos oferecem “espaços seguros” onde as mulheres podem se reunir, bem como uma linha direta gratuita e caixas de feedback para denunciar abusos anonimamente. No entanto, algumas mulheres temem atrair a atenção através da utilização destas caixas de notificação, pois poderiam ficar expostas a riscos adicionais.
É crucial que sejam implementadas medidas para proteger estas mulheres vulneráveis e proporcionar-lhes o apoio adequado. As agências humanitárias e as autoridades locais devem trabalhar em conjunto para prevenir e punir todas as formas de exploração e abuso. As mulheres refugiadas merecem ser tratadas com respeito, dignidade e compaixão, e receber a ajuda de que necessitam desesperadamente para reconstruir as suas vidas em condições seguras e estáveis.