Na República Democrática do Congo, as escolas e universidades são frequentemente palco de actividades políticas, um fenómeno criticado por muitas vozes da sociedade civil. Um estudo recente realizado pela ONG Associação de Jovens pela Educação (YMAE) destaca estas práticas que assumiram uma dimensão preocupante durante as eleições de dezembro de 2023. Segundo o relatório publicado pela ONG em outubro passado, foram identificados casos de utilização de escolas para propaganda política. foram registadas, pondo em causa a neutralidade e a integridade destes estabelecimentos de ensino.
As consequências de tais práticas são múltiplas e podem ser prejudiciais para o sistema educativo como um todo. Na verdade, o envolvimento dos estudantes e do corpo docente em atividades políticas pode perturbar o curso das aulas e prejudicar a qualidade do ensino. A natureza tendenciosa da propaganda política também pode influenciar negativamente o pensamento dos jovens estudantes, expondo-os a ideias partidárias e tendenciosas.
Além disso, a exploração dos estabelecimentos de ensino para fins políticos corre o risco de comprometer a segurança e a serenidade dos locais de aprendizagem. As tensões políticas que podem surgir dentro da escola podem causar conflitos e divisões dentro da comunidade educativa, enfraquecendo assim o clima social e a convivência.
Para além destes aspectos, é fundamental lembrar que a escola deve permanecer um espaço neutro e protegido de qualquer forma de interferência política. Como local de formação e educação, deve promover o desenvolvimento intelectual, social e moral dos estudantes, sem ser campo de batalha de lutas políticas.
Perante esta realidade preocupante, é imperativo que as autoridades educativas e os atores políticos tomem medidas concretas para preservar a integridade dos estabelecimentos escolares e universitários. É essencial sensibilizar os diversos intervenientes da comunidade educativa para a importância da neutralidade e da não ingerência política no ambiente educativo.
Em conclusão, a utilização das escolas para fins políticos constitui uma séria ameaça ao bom funcionamento do sistema educativo na RDC. É urgente que sejam tomadas medidas para garantir que as escolas continuem a ser locais de aprendizagem e educação, protegidas de qualquer influência partidária. O futuro da juventude congolesa e a educação dos nossos filhos dependem disso.