O Botswana viveu recentemente um momento histórico com a tomada de posse do novo presidente, Duma Boko, pondo fim a 58 anos de governo do partido no poder. O evento reuniu milhares de pessoas de todo o país para assistir a esta cerimónia simbólica. Esta transição pacífica de poder foi saudada como um ponto de viragem na história política do país.
Duma Boko, liderando o Guarda-chuva para a Mudança Democrática, venceu as eleições com uma coligação de partidos políticos, encerrando o mandato do Presidente em exercício, Mokgweetsi Masisi. Durante o seu discurso de posse, Boko apelou à unidade nacional e sublinhou a importância de deixar de lado as disputas políticas para avançarmos juntos.
A nova administração prometeu combater a corrupção e implementar medidas para estimular a economia, nomeadamente através do estabelecimento de um salário mínimo, do subsídio de desemprego e do reforço da ajuda aos idosos. Estas promessas surgem num contexto em que o desemprego é uma grande preocupação para a população, ultrapassando em muito outros problemas como a saúde, a criminalidade ou a corrupção.
O Botswana, cuja economia depende fortemente da exportação de diamantes, tem de fazer face à queda da procura global destas pedras preciosas. Isto levou a um declínio nas receitas da Debswana, a empresa mineira estatal, e da De Beers. A questão da redistribuição da riqueza proveniente da mineração surge, portanto, de forma aguda.
A chegada de Duma Boko ao poder marca uma nova era para o Botswana, um país há muito considerado um exemplo de estabilidade política em África. As expectativas da população são altas e cabe ao novo presidente e ao seu governo enfrentar estes desafios com determinação e transparência. Uma coisa é certa: o país encontra-se num ponto de viragem crucial na sua história política e o futuro promete ser repleto de desafios, mas também de oportunidades para o povo do Botswana.