O sector das start-ups em África continua a demonstrar a sua resiliência e dinamismo, apesar dos desafios económicos globais. Em Outubro de 2024, as empresas inovadoras do continente alcançaram um novo recorde ao arrecadar 254 milhões de dólares, marcando um mês excepcional para o ecossistema africano de start-ups.
Este montante recorde foi mobilizado por quarenta e duas start-ups, demonstrando uma maior apetência dos investidores por projetos promissores em África. Este notável desempenho coloca o mês de outubro entre os melhores do ano de 2024, com um aumento significativo face à média dos meses anteriores.
A principal operação deste mês é, sem dúvida, a angariação de fundos de 110 milhões de dólares realizada pela Moniepoint, uma fintech com sede na Nigéria. Esta grande operação, que representa quase metade do total mobilizado em Outubro, posiciona a Moniepoint como um potencial unicórnio africano, com uma avaliação estimada em mais de mil milhões de dólares. Outras start-ups também alcançaram uma arrecadação de fundos significativa, como BasiGo, com US$ 42 milhões na Série A, e Yellow Card, uma plataforma de troca de criptomoedas, com US$ 33 milhões na Série C.
A distribuição dos investimentos destaca o dinamismo da Nigéria, um país líder em termos de financiamento recebido, e a preponderância do setor fintech que atrai uma parcela significativa de capital. No entanto, apesar deste desempenho impressionante, o relatório destaca disparidades gritantes de género, com uma representação muito baixa de mulheres na liderança de empresas em fase de arranque financiadas em Outubro.
Desde o início de 2024, as start-ups africanas arrecadaram um total de 1,7 mil milhões de dólares, apesar de uma diminuição de 32% em relação ao ano anterior. Este declínio é parcialmente explicado por um contexto económico global mais difícil, bem como por tensões persistentes no setor de financiamento de jovens empresas tecnológicas.
Em suma, estes resultados demonstram a vitalidade e o potencial do mercado de start-ups em África, ao mesmo tempo que destacam os desafios para garantir um crescimento equilibrado e inclusivo neste ecossistema em expansão.
A diversidade de sectores representados, a importância da angariação de fundos realizada e as perspectivas futuras promissoras tornam o ecossistema africano de start-ups um terreno fértil para a inovação e o crescimento económico no continente.