Fatshimetrie, 6 de Outubro de 2024 – A trágica realidade das mulheres e jovens deslocadas, vítimas da guerra na região do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo, evidencia práticas chocantes e desumanas. Estas mulheres, tendo fugido dos abusos do M23 apoiado pelo Ruanda, encontram-se sujeitas à sexualidade forçada, forçadas à prostituição para garantir a sua sobrevivência e a da sua família. Um testemunho arrepiante da miséria e da desolação que reinam nestas zonas de conflito.
A Organização para a Defesa dos Direitos das Mulheres e das Crianças (ODH) está a soar o alarme sobre esta epidemia de sexo de sobrevivência que abunda entre os deslocados pela guerra. Homens sem escrúpulos exploram a vulnerabilidade destas mulheres oferecendo-lhes escassas somas de dinheiro em troca de favores sexuais. Uma prática abjeta que desumaniza estas vítimas inocentes e vulneráveis.
Claudine Serutoke Neema, coordenadora da organização sem fins lucrativos “Conselho para a Proteção e Promoção de Mulheres e Crianças (CPPFE)”, denuncia veementemente estes abusos perpetrados contra mulheres deslocadas. Estes últimos, obrigados a ceder à pressão para fornecer até mesmo uma refeição aos seus filhos, caem num círculo vicioso de dependência e desespero.
Para combater esta terrível realidade, é imperativo prestar apoio adequado a estas mulheres e raparigas deslocadas. O estabelecimento de actividades geradoras de rendimento (AGR) parece ser uma solução viável para capacitá-los e mantê-los afastados desta espiral de pobreza e exploração. É crucial que o governo e as organizações humanitárias se envolvam activamente na criação de pequenas empresas e de oportunidades de emprego para estas pessoas deslocadas, a fim de restaurar a esperança e a dignidade.
Para além das consequências imediatas, como gravidezes precoces e doenças sexualmente transmissíveis, estas práticas de exploração sexual comprometem seriamente o futuro destas mulheres e das suas comunidades. É urgente agir para quebrar este ciclo de violência e precariedade que os impede e os priva da sua humanidade.
Em conclusão, a luta contra a exploração sexual das mulheres deslocadas pela guerra representa um imperativo moral e humanitário. É nosso dever proteger estas mulheres vulneráveis, oferecer-lhes um apoio tangível e acompanhá-las rumo a um futuro melhor, onde a dignidade e o respeito pelos seus direitos fundamentais devem prevalecer. O tempo da inação acabou, é hora de agir.