Fatshimetrie, 2 de novembro de 2024 – A preservação dos valores culturais e ancestrais dos negros face à influência do homem branco constitui uma questão de capital importância no atual contexto de globalização. Durante a recente conferência interdisciplinar realizada em Ngandajika, o Professor Noël Tshiani Muadiamvita levantou pontos essenciais relativos aos efeitos nocivos da colonização na identidade e coesão das populações negras.
É inegável que a chegada do homem branco a África perturbou profundamente o equilíbrio cultural e social das sociedades negras. Ao explorar os recursos naturais e económicos do continente, o Ocidente impôs a sua própria visão do mundo às populações locais, levando a uma perda progressiva de tradições e valores ancestrais que enriqueceram o homem negro.
O Professor Tshiani destacou o processo de desconstrução cultural e identitária que a colonização gerou, particularmente através da promoção do casamento misto, da mestiçagem e da corrupção. Estas práticas visavam enfraquecer os laços comunitários e dividir as populações negras, a fim de melhor controlá-las e explorá-las.
Confrontado com estas ameaças, Noël Tshiani propôs o estabelecimento de uma “lei Tshiani” destinada a proteger a soberania e a identidade congolesas, limitando o acesso a posições de poder apenas aos cidadãos congoleses originários. Esta iniciativa visa preservar a integridade e autenticidade das instituições e valores congoleses face às influências externas.
É fundamental reconhecer a capacidade dos negros de influenciar positivamente o mundo, propondo ideias inovadoras e inspiradoras. O exemplo da República Gabonesa, que integrou o critério da ascendência congolesa na sua Constituição, demonstra a relevância e o alcance das propostas de Noël Tshiani a nível continental.
Em última análise, a preservação dos valores culturais e ancestrais dos povos negros constitui uma questão importante para o futuro das sociedades africanas. Perante os desafios da globalização e da influência estrangeira, é fundamental promover a diversidade, o respeito pelas tradições e a afirmação da identidade negra para construir um futuro harmonioso e próspero para as gerações vindouras. Chegou a hora de celebrar a riqueza e a diversidade das culturas africanas, rejeitando todas as formas de opressão e desapropriação cultural.