**Fatimetria: as ambiciosas promessas aeronáuticas de Jean-Pierre Bemba dividem a Assembleia Nacional**
As partidas políticas assumem por vezes um ar épico, como evidenciado pela intervenção animada do honorável Eliezer Ntambwe, deputado pelo círculo eleitoral de Lukunga em Kinshasa, durante os debates em torno da lei das finanças de 2025 na Assembleia Nacional. No centro das discussões, as promessas aeronáuticas de Jean-Pierre Bemba, vice-primeiro-ministro responsável pelos Transportes, Vias de Comunicação e Abertura, suscitaram tanto entusiasmo como cepticismo entre os parlamentares.
O contundente anúncio da próxima aquisição de 60 novas aeronaves em nome da República em 2025, detalhado no documento governamental nº 9, página 343, teve o efeito de uma bomba no hemiciclo. Aviões de carga Boeing, membrares e Boeings padrão, um verdadeiro inventário ao estilo Prévert que certamente chamará a atenção.
Confrontado com as reacções contraditórias dos seus colegas, Eliezer Ntambwe não hesitou em expressar as suas reservas relativamente à viabilidade destes compromissos faraónicos. Se o deputado reconheceu a necessidade de modernizar a frota aérea do país, apontou as possíveis deficiências e inadequações deste grandioso projecto. “Intimidam-nos com muitos documentos, mas temos tempo para os dissecar aos poucos. É demagogia”, insistiu no palanque da Assembleia Nacional.
A questão essencial permanece: será que esta promessa ambiciosa será capaz de se materializar dentro do prazo estipulado? As dúvidas pairam sobre a capacidade real do governo para concretizar tal programa, enquanto os desafios logísticos e financeiros parecem colossais. Chegou a hora de cautela e vigilância, como sublinhou Eliezer Ntambwe ao convidar o governo a ser mais transparente e rigoroso no desenvolvimento dos seus planos.
Para além da retórica política e dos combates verbais, este debate levanta questões cruciais para o futuro da aviação civil na República Democrática do Congo. A modernização das infraestruturas aeroportuárias e a otimização das redes de transporte aéreo constituem alavancas essenciais para o desenvolvimento económico e a conectividade do país.
Concluindo, se os projetos visionários de Jean-Pierre Bemba suscitam tanta admiração como questionamentos, cabe a todos permanecer vigilantes e exigentes relativamente à concretização destas ambições aeronáuticas. O futuro dirá se a República conseguirá de facto alçar voo para novos horizontes, transportada por uma frota aérea digna das suas ambições.
A fatshimetria continua, e os desafios a serem enfrentados permanecem tão vastos quanto o céu infinito que domina este país de mil promessas.