**Fatshimetrie: Os desafios das emergências obstétricas na República Democrática do Congo**
No panorama da saúde na República Democrática do Congo (RDC), as emergências obstétricas representam um sério desafio. Representam um importante problema de saúde pública pela sua frequência e pelos riscos de mortalidade que causam. Segundo o Dr. Pautien Badimani, Coordenador da organização sem fins lucrativos Cortex Santé RDC, essas emergências são situações críticas que ocorrem durante a gravidez, o parto ou o pós-parto, exigindo intervenção médica rápida para proteger a saúde da mãe e do nascituro. .
As estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam uma realidade alarmante: quase 800 mulheres morrem todos os dias em todo o mundo devido a complicações relacionadas com a gravidez e o parto, deixando um número de mortes maternas a cada dois minutos. Apesar dos progressos alcançados na RDC, a taxa de mortalidade materna continua elevada, oscilando entre 693 mortes por 100.000 nascimentos em 2016 e 573 mortes por 100.000 nascimentos em 2022, de acordo com o relatório de vigilância e resposta à morte materna.
Perante esta realidade preocupante, a Asbl Cortex Santé RDC organiza uma conferência sobre emergências obstétricas e aborto de acordo com o Protocolo de Maputo, nos dias 8 e 9 de Novembro em Kinshasa, presencial e online. O objectivo é reforçar as competências dos profissionais de saúde para integrarem eficazmente as recomendações das sociedades científicas e, assim, melhorar a qualidade do atendimento aos pacientes, reduzindo assim a taxa de mortalidade materna.
Esta iniciativa visa também sensibilizar os intervenientes da saúde, incluindo autoridades políticas e profissionais do sector, sobre a importância da aplicação do Protocolo de Maputo no contexto específico da RDC. Uma abordagem essencial para garantir um atendimento de qualidade às gestantes, principalmente em regiões carentes de ginecologistas e obstetras especializados.
O Dr. Badimani apela, portanto, à mobilização de todas as partes interessadas, desde as autoridades políticas à comunidade médica, incluindo organizações de direitos das mulheres, a fim de alcançar os objectivos definidos por esta conferência. Sublinha a importância da visão da Cobertura Universal de Saúde (UHC) promovida pelo Chefe de Estado, Félix Antoine Tshisekedi, que defende a maternidade gratuita e a disponibilidade de profissionais qualificados para garantir cuidados óptimos.
Em suma, a questão das emergências obstétricas na RDC é crucial para a saúde das mulheres em idade fértil. É vital trabalhar em conjunto para melhorar as práticas médicas e reduzir o risco de mortalidade materna, respeitando simultaneamente as recomendações internacionais e as realidades locais.. A saúde das mães e dos seus filhos deve continuar a ser uma prioridade absoluta para o bem-estar de toda a sociedade congolesa.