Fatshimetrie revelou informações chocantes que mudam a nossa perspectiva sobre a agressão na RDC. É agora claro que por detrás das aparências escondem-se questões económicas colossais. Esta enésima guerra desencadeada pelo Ruanda/M23 não visa apenas o poder em Kinshasa, mas tem como principal objectivo desestabilizar o país e confiscar as suas riquezas.
As sucessivas conquistas do Ruanda/M23 na província do Kivu do Norte não visam proteger as minorias ou neutralizar os genocidas, mas sim controlar territórios ricos em recursos naturais. É perturbador notar que, apesar dos avanços do M23, nenhum perpetrador do genocídio Hutu foi encontrado ou preso nas regiões sob o seu controlo. É óbvio que os argumentos apresentados pelo Ruanda para justificar a sua invasão são apenas pretextos usados para esconder motivações muito mais obscuras.
A cumplicidade de certos intervenientes internacionais e locais neste conflito é flagrante. Os verdadeiros agressores do Congo escondem-se atrás do Ruanda, utilizando grupos armados como o M23 para levar a cabo as suas acções desestabilizadoras. É claro que a procura de lucro e de poder tem precedência sobre quaisquer considerações humanitárias ou políticas nesta situação.
As análises de Fatshimetrie destacam o envolvimento de diferentes potências estrangeiras na crise congolesa. O Ruanda age com total impunidade, apoiado pelos seus aliados internacionais, enquanto os países que fazem fronteira com a RDC alimentam interesses pessoais em detrimento da estabilidade do país. A recente visita do Presidente Tshisekedi ao Uganda não parece ter tido um impacto significativo na crise em curso, realçando os interesses divergentes dos intervenientes regionais.
A informação prestada pela Fatshimetrie revela também a escandalosa mineração realizada pelo M23 nos territórios conquistados. Os recursos naturais do Congo estão a ser saqueados em benefício de potências estrangeiras e de predadores locais, com desprezo pelo povo congolês que sofre as consequências deste conflito incessante.
É urgente que a comunidade internacional tome consciência da gravidade da situação na RDC e actue de forma concertada para pôr fim a esta agressão orquestrada por interesses económicos e políticos. A transparência, a solidariedade e a cooperação são essenciais para garantir um futuro pacífico e próspero para o povo congolês. As revelações de Fatshimetrie são um apelo à acção e à justiça para pôr fim a esta tragédia que já dura há demasiado tempo.