**Fatshimetrie: A próspera economia da diversidade**
A diversidade é um poderoso motor económico na África do Sul. De acordo com um estudo encomendado pela The Other Foundation, o mercado LGBTI do país, composto por lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e intersexuais, contribui com pelo menos R250 mil milhões para a economia todos os anos. Este número representa um aumento de 20% em relação à estimativa de 2017, destacando o impacto significativo da comunidade LGBTI na economia sul-africana.
Neste estudo, foi utilizada uma metodologia triangulada, tendo em conta indicadores macroeconómicos como o consumo privado nominal, taxas de emprego e produtividade do trabalho, bem como dados quantitativos recolhidos pelo investigador de mercado Ipsos South Africa sobre o perfil económico de 400 entrevistados. Estas conclusões fornecem novos insights sobre a influência económica das pessoas LGBTI na África do Sul e fornecem uma quantificação definitiva do mercado LGBTI.
A maioria dos participantes do estudo identificou-se como homens (56%), mulheres (31%), gays (47%) ou lésbicas (19%). Embora os homens e as identidades queer predominem nestes dados, é importante notar que a diversidade de género e orientação sexual é uma parte essencial da comunidade LGBTI.
A resiliência financeira dos indivíduos LGBTI também é um destaque do estudo. Apesar das barreiras sistémicas que enfrentam, muitos membros da comunidade LGBTI demonstram uma forte participação na força de trabalho, com 90% dos inquiridos envolvidos em atividades remuneradas e 75% empregados a tempo parcial ou a tempo inteiro.
Além disso, 15% dos entrevistados são empreendedores ativos e mais da metade deles dirigem empresas que estão em operação há mais de cinco anos. Estes números não mostram apenas o compromisso económico da comunidade LGBTI para com os seus próprios agregados familiares, mas também para com a sociedade como um todo.
Também é essencial destacar o papel de liderança desempenhado pelos profissionais LGBTI no local de trabalho. Quarenta e quatro por cento ocupam cargos de liderança e 36% supervisionam equipes de cinco ou mais pessoas, demonstrando sua influência e capacidade de liderança.
Apesar destes avanços, muitos desafios persistem para a comunidade LGBTI na África do Sul. De acordo com o Índice de Igualdade no Local de Trabalho da África do Sul de 2021, as empresas participantes obtiveram, em média, 59% em termos de inclusão LGBTI, mostrando uma melhoria em relação ao ano anterior, mas também revelando a necessidade de transformar ainda mais as culturas institucionais e criar ambientes de trabalho verdadeiramente inclusivos para profissionais LGBTI..
Em última análise, a África do Sul está a transitar para uma sociedade mais inclusiva e que aceita as diversidades sexuais. Um estudo de 2016 mostrou um aumento na aceitação da homossexualidade e da inconformidade de género, particularmente entre os segmentos mais progressistas, urbanos e mais jovens da sociedade. Estas tendências em evolução positiva inspiram esperança numa sociedade mais diversificada e igualitária.
O estudo da Other Foundation e as conclusões que apresenta destacam a importância de reconhecer e apoiar a diversidade, não apenas por razões morais, mas também pela sua contribuição significativa para a economia sul-africana. A diversidade não é apenas uma questão de direitos, é também um activo económico valioso que merece ser plenamente valorizado e celebrado.