Kinshasa, 29 de outubro de 2024, o cenário político no Médio Oriente é abalado por um grande anúncio: a nomeação de Naïm Qassem para o cargo de secretário-geral do Hezbollah. Esta decisão surge na sequência da trágica morte de Hassan Nasrallah durante um ataque israelita à sede do partido em Beirute, em Setembro passado, conforme noticiado pela agência de notícias China.
A nomeação de Naïm Qassem, figura emblemática do Hezbollah, para o cargo de secretário-geral marca uma viragem na história do partido. Aos 71 anos, natural da aldeia de Kfar Fila, ele encarna a experiência e a resiliência de uma vida dedicada à causa xiita. A sua nomeação surge com um compromisso renovado dos membros do Hezbollah de continuar a luta pelos princípios e objectivos do partido e de manter acesa a chama da resistência até à vitória final.
Naïm Qassem, que é vice-secretário-geral do Hezbollah desde 1991, é reconhecido como um dos principais intelectuais e teóricos do partido. A sua formação académica em Química e a sua carreira docente refletem uma dimensão intelectual que se conjuga harmoniosamente com o seu compromisso político e religioso.
O seu início ao lado do movimento Amal, a sua transição para o Hezbollah e a sua contribuição para a fundação e consolidação do partido fazem dele uma figura essencial no cenário político libanês. O seu papel essencial na coordenação das campanhas eleitorais do Hezbollah e as suas publicações, incluindo a importante obra “Hezbollah”, publicada em 2005, testemunham a sua visão política e a sua estratégia para o movimento.
Como secretário-geral, Naïm Qassem enfrentará muitos desafios, incluindo a resistência contínua contra qualquer forma de interferência estrangeira e o fortalecimento das bases do partido num contexto regional complexo. A sua nomeação levanta expectativas e questões sobre a direcção futura do Hezbollah e a sua capacidade de manter a sua influência e legitimidade nestes tempos de mudança.
Concluindo, Naïm Qassem encarna a continuidade e a resiliência de um partido marcado por conflitos e lutas. A sua nomeação como secretário-geral do Hezbollah abre um novo capítulo na turbulenta história do partido e lança as bases para uma nova era política no Médio Oriente.