“Fatshimetrie: Um olhar sobre a violência sexual na RDC em setembro de 2021”
O mês de Setembro de 2021 foi marcado por uma diminuição dos casos de violência sexual ligados ao conflito na República Democrática do Congo (RDC), de acordo com observações do Escritório Conjunto das Nações Unidas para os Direitos Humanos (UNJHRO). Observou-se um declínio significativo, com apenas cinco incidentes registados, afectando nove vítimas, todas mulheres. Este número contrasta fortemente com as vinte vítimas registadas no mês de Agosto anterior.
Destes cinco incidentes, três foram casos de violação, um dos quais foi seguido de extorsão dos bens da vítima. Outros casos incluíram tentativas de violação, uma das quais resultou em morte e outra levou a rapto seguido de casamento forçado. Os grupos armados são responsabilizados pela maior parte desta violência sexual, sendo responsáveis por 67% dos casos, ou seis vítimas no total.
Os principais autores destes actos entre os grupos armados identificados são o Maï-Maï Malaika, com quatro mulheres envolvidas, o M23 com uma vítima, e a União dos Patriotas para a Libertação do Congo (UPLC) com outra mulher. As forças armadas nacionais, as FARDC (Forças Armadas da República Democrática do Congo), também são mencionadas por terem perpetrado dois casos de violência sexual ligados ao conflito.
Esta análise da UNJHRO destaca a persistência da violência sexual na RDC, apesar de um ligeiro declínio em Setembro. Estes números, embora em declínio, sublinham a importância de prosseguir os esforços para proteger os direitos das mulheres e a luta contra a violência baseada no género num contexto de conflito armado. É essencial continuar a sensibilizar, educar e implementar medidas concretas para prevenir e punir estes atos hediondos, a fim de garantir a segurança e a dignidade de todas as pessoas afetadas por este flagelo.
Em conclusão, o relatório da UNJHRO relativo ao mês de Setembro de 2021 na RDC destaca a necessidade de permanecer vigilante e reforçar as acções para combater a violência sexual relacionada com conflitos. Estes números, embora decrescentes, demonstram que o caminho para a protecção total dos direitos das mulheres e a erradicação destas violações continua a ser longo, mas imperativo.