Tensões políticas no Congo: a controvérsia sobre a nova constituição

Fatshimetria

Durante uma recente reunião em Kisangani, Félix Tshisekedi anunciou a sua intenção de dotar a República Democrática do Congo de uma nova constituição. Esta proposta provocou reações contrastantes dentro da classe política congolesa.

O chefe de Estado congolês falou da criação de uma comissão composta por intelectuais multissectoriais para redigir uma constituição elaborada pelo povo congolês. Esta decisão causou agitação dentro da oposição, com Moïse Katumbi a considerar a medida uma traição ao povo. Para ele, a atual Constituição, adotada em fevereiro de 2018, foi aprovada pelo povo e não deve ser modificada.

A oposição é unânime no facto de Félix Tshisekedi procurar manter-se no poder propondo uma nova constituição. Moïse Katumbi sublinhou que o verdadeiro problema na RD Congo reside na má governação e não na actual constituição. Segundo ele, o presidente mentiu ao povo ao negar os princípios democráticos aos quais deveria aderir.

Esta iniciativa de Félix Tshisekedi parece ser uma extensão de uma campanha já lançada pelo UDPS, o partido presidencial, a favor de uma nova constituição. Augustin Kabuya, secretário-geral da UDPS, invocou as palavras do antigo líder do partido, Étienne Tshisekedi, para justificar esta abordagem.

No entanto, esta proposta não é unânime na sociedade civil. Jean-Claude Katende, presidente da Associação Africana para a Defesa dos Direitos Humanos, expressou a sua oposição a tal mudança constitucional, enfatizando as consequências incertas que poderia gerar para o país.

Em conclusão, a questão da nova constituição na RD Congo continua a ser um tema de debate acalorado no seio da classe política e da sociedade civil. É essencial garantir um diálogo aberto e inclusivo para encontrar soluções democráticas que respeitem as aspirações do povo congolês.

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