Fatshimetria – As consequências das inundações em Kinshasa: Urgência de um planeamento urbano adaptado
As recentes inundações que atingiram a cidade de Kinshasa na sequência das fortes chuvas de 19 de Outubro de 2024 lançaram uma luz dura sobre a urgência de um planeamento urbano eficaz. As imagens de ruas submersas, casas destruídas e populações atingidas revelaram a extensão dos danos causados por uma infraestrutura mal preparada para enfrentar tais eventos climáticos.
Segundo Fiyou Ndondoboni, Presidente da Ordem dos Arquitectos da República Democrática do Congo, estas inundações são o resultado de um planeamento urbano deficiente. Destaca a importância crucial de fornecer sistemas eficientes de drenagem de água que possam gerir chuvas intensas e proteger os cidadãos do risco de inundações.
O planejamento urbano deve ir além da simples distribuição de espaços e zoneamento. Deve integrar a gestão das redes da cidade, incluindo estradas, saneamento e evacuações. É imperativo garantir que a capacidade de absorção e evacuação da água exceda a intensidade das chuvas, a fim de evitar inundações catastróficas como as que ocorreram em Kinshasa.
As autoridades locais devem tomar medidas imediatas para remediar os danos causados por estas chuvas. É essencial limpar regularmente as calhas, eliminar os resíduos de forma adequada e reparar infraestruturas defeituosas. É também necessário revisitar o plano urbano da cidade, identificando os coletores existentes e criando novos, se necessário. Algumas construções ilegais poderão ter de ser demolidas para dar lugar a empreendimentos mais adequados à gestão das águas pluviais.
A colaboração entre as autoridades locais e a Ordem dos Arquitetos é essencial para desenvolver soluções sustentáveis e eficazes. A experiência dos arquitectos pode ajudar a repensar o planeamento urbano de Kinshasa e a prevenir futuras catástrofes semelhantes. É essencial que as autoridades públicas reconheçam o papel crucial dos arquitetos no planeamento e na construção de cidades resilientes face aos riscos climáticos.
Em suma, as inundações em Kinshasa realçam a necessidade premente de um planeamento urbano adaptado e pró-activo. É hora de agir para garantir a segurança e o bem-estar dos habitantes da capital congolesa e de trabalhar em conjunto para construir uma cidade mais resiliente e sustentável para as gerações futuras.