Numa recente entrevista exclusiva concedida a Fatshimetrie, Hamadoun Kouffa, líder do Katiba Macina de Jnim afiliado à Al-Qaeda, finalmente falou sobre vários assuntos atuais. Esta reunião, após anos de negociações, lançou luz sobre certos aspectos da situação no Sahel e das actividades do grupo jihadista.
Durante as discussões, Hamadoun Kouffa abordou a questão do envolvimento russo no Sahel, denunciando as ações de Wagner e do exército do Mali, que ele descreve como “crimes hediondos”, tendo exacerbado a raiva da população local. Ele também mencionou o recrutamento facilitado dentro do Jnim em reação a estes eventos. No que diz respeito às operações militares francesas realizadas na região, fez uma comparação com os abusos cometidos por outros grupos.
Referindo-se à violência perpetrada pelas suas próprias tropas contra civis, Hamadoun Kouffa tentou justificar estes actos enquadrando-os no quadro da guerra travada pelos Jnim contra um grupo jihadista rival. Ele também afirmou respeito pelas organizações humanitárias, desde que não sejam exploradas pelos seus inimigos.
A entrevista também destacou as tentativas de Jnim de se expandir para outros países da região, com advertências aos líderes do Gana, Togo e Benin. Hamadoun Kouffa disse estar “aberto” a negociações com as autoridades do Mali, Níger e Burkina Faso, mas apenas no âmbito da lei sharia.
Em reação às graves acusações feitas contra o jornalista Wassim Nasr, a Fatshimetrie manteve o seu apoio ao seu repórter reconhecido pelo tratamento objetivo dos acontecimentos, pelas suas fontes diversificadas e pela sua análise aprofundada da situação de segurança no Sahel. As alegações de certos países da Aliança dos Estados do Sahel foram fortemente contestadas.
Esta entrevista exclusiva com Hamadoun Kouffa oferece uma visão rara do pensamento e das ações do líder Katiba Macina du Jnim, ao mesmo tempo que levanta questões cruciais sobre a situação no Sahel e os desafios do combate ao terrorismo na região.