**Taiwan recusa pedido da África do Sul para realocar o escritório de representação**
As relações diplomáticas internacionais estão sujeitas a muitas tensões, como evidenciado pela recente disputa entre Taiwan e a África do Sul. A recusa de Taiwan em cumprir o pedido da África do Sul de transferir o seu escritório de representação de Pretória para Joanesburgo provocou reacções mistas na comunidade internacional.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, através do seu porta-voz Jeff Liu, justificou esta recusa argumentando que o pedido violava um acordo de 1997 entre as duas nações. Na verdade, este acordo permitiu o estabelecimento de escritórios de representação recíproca. Jeff Liu disse em conferência de imprensa: “As exigências do governo sul-africano violaram o acordo de 1997 entre Taiwan e a África do Sul, que estipula que ambos os lados podem estabelecer escritórios no país do outro lado nunca será capaz de aceitar as exigências irracionais do Sul governo africano.”
A medida de Taiwan reforça os esforços contínuos da ilha para resistir às tentativas da China de isolá-la diplomaticamente. Salientando que o escritório de representação é sua propriedade e que Taipei tem autoridade para decidir a sua localização e estatuto, o Ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Lin Chia-lung, disse que está pronto para enfrentar quaisquer possíveis desafios decorrentes deste pedido de relocalização.
Fan Chen-Kuo, diretor da Associação de Relações Taiwan-Japão, classificou o pedido do governo sul-africano de “irracional e ilegal”. Esta opinião é partilhada não só por Taiwan, mas também por outras nações democráticas.
É importante ressaltar que o escritório de ligação da África do Sul em Taipei é uma prova das fortes relações comerciais entre os dois países. No entanto, estes escritórios funcionam como embaixadas e consulados não oficiais devido à falta de relações diplomáticas formais, que foram rompidas quando a África do Sul optou por reconhecer a China em vez de Taiwan.
O pedido de transferência do escritório de representação de Taiwan para a África do Sul é visto como uma concessão à China, que conseguiu excluir Taiwan das Nações Unidas e da Organização Mundial da Saúde, ao mesmo tempo que limitou as suas relações diplomáticas a apenas onze países e ao Vaticano.
Esta situação realça as complexas questões internacionais que os pequenos Estados como Taiwan enfrentam no contexto das rivalidades geopolíticas globais. Isto é um lembrete da fragilidade dos equilíbrios diplomáticos e dos compromissos por vezes necessários para manter relações internacionais estáveis e frutíferas.