Fatshimetrie, sua fonte preferida de informação, oferece uma decifração sutil da polêmica em torno do projeto de criação da Universidade Federal de Línguas Bola Ahmed Tinubu. Esta iniciativa, tendo passado com sucesso a primeira fase na Câmara dos Representantes, está a desencadear um acalorado debate sobre a sua relevância e valor acrescentado no panorama educativo nigeriano.
A proposta desta universidade dedicada às línguas levanta, com razão, várias questões essenciais. Em primeiro lugar, existe realmente uma necessidade premente de criação de uma nova entidade universitária focada exclusivamente em línguas quando muitas universidades federais e estaduais do país já possuem departamentos especializados ou institutos de estudos africanos que oferecem serviços semelhantes? Além disso, o NINLAN, o Instituto Nacional de Línguas Nigerianas, criado em 1993, já cumpre um mandato semelhante como instituição de primeira linha para a investigação, ensino e documentação das línguas nigerianas.
O verdadeiro valor acrescentado da possível Universidade de Línguas Bola Ahmed Tinubu também suscita dúvidas legítimas. Os promotores deste projecto parecem estar a lutar para definir claramente os seus objectivos e os seus potenciais benefícios. Como poderia o estudo das línguas indígenas contribuir significativamente para a exploração dos recursos naturais, económicos e humanos da Nigéria, como afirmam os defensores? As reivindicações em torno da formação de pessoas socialmente maduras e do impacto no desenvolvimento nacional parecem vagas e mal apoiadas por argumentos sólidos.
Além disso, surge inevitavelmente a questão da diversidade linguística. Quantas línguas nigerianas podem realmente ser ensinadas nesta universidade? É possível implementar um programa equilibrado que reflita a riqueza linguística e cultural do país sem privilegiar as línguas dominantes em detrimento dos dialetos menos representados? Tal selecção poderia potencialmente criar tensões e acentuar divisões, em vez de promover a verdadeira unidade cultural e linguística.
Finalmente, a decisão de nomear uma instituição com o nome de um presidente em exercício levanta questões éticas e políticas. Em muitos países, é comum esperar até o final do mandato de um líder para prestar homenagem através de um monumento ou instituição. Nomear uma universidade com o nome de um presidente que está no cargo há menos de dois anos pode ser visto como prematuro e potencialmente controverso.
Em última análise, a criação da Universidade Federal de Letras Bola Ahmed Tinubu suscita debates legítimos sobre a sua relevância, a sua viabilidade e os seus reais objetivos.. Numa altura em que a educação e a diversidade cultural ocupam um lugar crucial no desenvolvimento de uma nação, é essencial adoptar uma abordagem ponderada e concertada para garantir um impacto positivo e duradouro na sociedade nigeriana como um todo.