Fatshimetrie, 20 de outubro de 2024 – Durante uma conferência online organizada em Kinshasa, na República Democrática do Congo, como parte do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, celebrado todos os anos em 17 de outubro, surgiu uma discussão em torno do setor informal como uma solução potencial para erradicar o desemprego juvenil. No centro dos debates, a observação alarmante da precariedade em que vivem muitos jovens congoleses, por vezes forçados a abandonar o seu país por falta de oportunidades de emprego suficientes.
A oradora principal, Patience Mutinsumu, sublinhou que a falta de empregos dignos está a levar cada vez mais jovens a recorrer ao sector informal, por falta de algo melhor. Esta situação precária não só contribui para o crescimento da criminalidade e do banditismo urbano, mas também dificulta o desenvolvimento socioeconómico do país.
Uma observação partilhada por muitas vozes durante esta conferência, nomeadamente Me Christelle Nanivaso, advogada especializada em direito do trabalho, que sublinhou que a ausência de experiência profissional constitui um grande obstáculo à integração dos jovens no mercado de trabalho. Os números são claros: quase oito em cada dez jovens encontram-se desempregados em Kinshasa, criando assim uma situação de emergência que as autoridades devem ter em conta.
Perante esta realidade preocupante, surge uma possível solução, a de apoiar o empreendedorismo dos jovens, incentivando-os a envolver-se em atividades geradoras de rendimento, como a agricultura, os pequenos negócios ou as vendas online. Esta abordagem visa oferecer-lhes autonomia financeira e mantê-los afastados de práticas nocivas como o banditismo.
Outra questão levantada durante esta conferência é a adequação entre a oferta formativa universitária e as necessidades do mercado de trabalho. Aline Ngerebaya, coordenadora da organização sem fins lucrativos “Mulheres do Futuro”, apelou a uma reforma profunda dos programas de estudo para os tornar mais alinhados com as exigências do mundo profissional. Os riscos são elevados, porque é através da formação adequada dos jovens congoleses que podemos realmente esperar reduzir a taxa de desemprego e criar oportunidades de emprego duradouras.
Em conclusão, a questão do emprego jovem em Kinshasa é complexa e requer uma resposta global e coordenada. É urgente que os vários intervenientes, sejam do sector público, privado ou associativo, unam esforços para implementar políticas e programas eficazes que visem oferecer um futuro melhor às novas gerações. A questão não é apenas económica, é também social e moral, porque o futuro do país dependerá da juventude congolesa.