Assassinatos políticos em Moçambique: tensões crescentes antes dos protestos

Moçambique foi recentemente abalado pelo assassinato de duas figuras da oposição, um acontecimento trágico que aumentou as tensões antes dos protestos planeados contra os resultados eleitorais. As vítimas, Elvino Dias, advogado do novo partido da oposição Podemos e conselheiro do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, membro do partido, foram mortos a tiro na noite de sexta-feira por agressores que perseguiam o carro onde se encontravam.

Vídeos postados nas redes sociais mostram um SUV BMW crivado de balas no meio da estrada, testemunhando a violência do ataque. Estas mortes ocorrem enquanto o país aguarda os resultados das disputadas eleições de 9 de outubro, esperadas para 24 de outubro, com resultados preliminares apontando para uma provável vitória da Frelimo, no poder desde a independência de Moçambique de Portugal em 1975.

No entanto, os observadores eleitorais ocidentais lançaram dúvidas sobre a integridade da votação, dizendo que não cumpria os padrões internacionais. Apontaram problemas como a corrupção eleitoral e a supressão da dissidência do partido no poder.

Os partidos da oposição também denunciaram a fraude e o Podemos convocou uma greve nacional para a segunda-feira seguinte. Há agora receios de que os protestos possam tornar-se trágicos, especialmente porque as forças de segurança moçambicanas abriram fogo contra os manifestantes no passado.

A União Europeia e Portugal condenaram o assassinato de dirigentes do Podemos e apelaram a uma investigação sobre o acto hediondo. A comunidade internacional está a acompanhar de perto os desenvolvimentos em Moçambique, temendo que esta violência possa levar a uma escalada perigosa para o país e os seus cidadãos.

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