Fatshimetria
No meio de um conflito sem fim, o desespero e o sofrimento continuam a marcar a vida dos civis encurralados pela violência na Faixa de Gaza. Entre eles, o destino chocante de uma criança palestiniana, Jihad, e de um idoso israelita, Oded Lifschitz, ilustra a tragédia humana que se desenrola nesta região martirizada.
Jihad, um bebê de quatro meses, luta pela sobrevivência após a retirada de um tumor que comprimia seu coraçãozinho. A sua mãe, Tamara Al-Maarouf, está desamparada e luta para encontrar tratamento no estrangeiro para o seu filho. Por outro lado, Oded Lifschitz, de 84 anos, foi raptado por militantes do Hamas e está mantido como refém na Faixa de Gaza há mais de um ano, deixando a sua família em angústia e incerteza.
Estes dois destinos, o de uma criança palestiniana em perigo e o de um idoso israelita feito refém, testemunham a crueldade da guerra que afecta indiscriminadamente pessoas inocentes. Num contexto em que as questões políticas e as negociações falharam, estas vidas encontram-se encurraladas, vítimas de um conflito que está para além delas.
O caso da Jihad infelizmente não é isolado. Milhares de pacientes em Gaza necessitam urgentemente de tratamento médico no estrangeiro, mas as evacuações têm sido raras desde que Israel assumiu o controlo da passagem da fronteira de Rafah, em Maio passado. Esta situação mergulhou o sector da saúde de Gaza numa crise sem precedentes, com hospitais sobrecarregados pelos feridos do conflito e uma propagação alarmante de doenças evitáveis.
A destruição de infra-estruturas causada pelos ataques israelitas levou ao ressurgimento de doenças mortais como a poliomielite. Perante esta emergência sanitária, foram lançadas campanhas de vacinação para proteger as crianças de Gaza, embora as condições estejam longe de ser ideais. As vidas de milhares de pessoas inocentes estão em perigo, presas num ciclo de violência e desespero.
Enquanto Tamara Al-Maarouf cuida do seu filho doente e a família de Oded Lifschitz espera pelo seu regresso, a comunidade internacional continua a ser uma espectadora desta tragédia humana que se desenrola diante dos seus olhos. É urgente encontrar soluções duradouras para pôr fim ao sofrimento destas pessoas reféns de um conflito que não lhes pertence.
Em última análise, a comovente história da Jihad e do Oded sublinha a necessidade de uma acção urgente e coordenada para salvar vidas inocentes e acabar com o sofrimento desnecessário que assola a Faixa de Gaza. É tempo de a comunidade internacional assumir a sua responsabilidade e agir para garantir um futuro melhor para todos os civis encurralados neste conflito devastador.