A recente reunião entre altos responsáveis da defesa chineses e russos em Pequim levantou questões sobre o reforço da sua cooperação militar e o seu impacto na geopolítica global. O encontro, que destacou a convergência de interesses entre os dois países, atraiu a atenção dos Estados Unidos e dos seus aliados.
Andrey Belousov, chefe da defesa russo, destacou a visão comum partilhada pela Rússia e pela China, bem como o seu desejo de reforçar a sua parceria estratégica. Esta declaração surge num contexto de tensões crescentes entre o Ocidente e estas duas nações, que se tornaram mais próximas a nível de segurança nos últimos meses.
Os exercícios militares conjuntos realizados pela Rússia e pela China são vistos como uma mensagem a Washington de que, embora não sejam aliados, também não estão isolados. As discussões entre autoridades chinesas e russas destacaram a importância de desenvolver relações militares fortes para proteger a soberania nacional, a segurança e os interesses de desenvolvimento de cada um, contribuindo ao mesmo tempo para a paz e a estabilidade internacionais.
A visita de Andrey Belousov à China precede pouco a provável visita do líder chinês Xi Jinping à Rússia. Esta aproximação bilateral faz parte de uma cooperação económica mais ampla dentro do grupo BRICS, retratada como uma alternativa ao G7 apoiado pelos Estados Unidos.
O aumento do comércio entre a China e a Rússia levantou questões sobre o apoio económico prestado por Pequim a Moscovo, particularmente através do fornecimento de bens de dupla utilização. As atividades navais conjuntas no Ártico e no Pacífico, bem como as recentes demonstrações de força no Mar da China Meridional, aumentaram o foco nesta aliança estratégica.
A implantação massiva de caças pela China em torno de Taiwan também foi comentada. Estes exercícios militares foram interpretados como um aviso às forças a favor da independência de Taiwan, em reacção às declarações do novo presidente da ilha destinadas a proteger a soberania taiwanesa face às exigências de Pequim.
Em última análise, a cooperação militar entre a China e a Rússia levanta questões sobre a evolução da dinâmica geopolítica, o equilíbrio de poder regional e global e as ramificações desta aliança na ordem mundial estabelecida. Estes desenvolvimentos recentes realçam a necessidade de os intervenientes internacionais reverem as suas estratégias e alianças num ambiente de segurança cada vez mais complexo.