**Fatshimetrie: um avanço histórico nas relações entre a RDC e Ruanda**
O último capítulo das tumultuadas relações entre a República Democrática do Congo (RDC) e o Ruanda abriu no sábado passado, durante a quinta reunião tripartida facilitada por Angola. Os ministros dos Negócios Estrangeiros destes dois países, Thérèse Kayikwamba para a RDC e Olivier Nduhungirehe para o Ruanda, celebraram um acordo histórico sobre o Plano Harmonizado para a neutralização das FDLR e o levantamento das medidas de defesa ruandesas. Estes progressos demonstram um desejo comum de pacificar a região dos Grandes Lagos, marcada durante anos por tensões e conflitos recorrentes.
O acordo, facilitado por Angola, representa um importante ponto de viragem nas relações bilaterais entre a RDC e o Ruanda. Demonstra o desejo dos dois países de encontrar soluções pragmáticas e duradouras para os desafios de segurança que dificultam o desenvolvimento da região.
Questionado sobre a posição da RDC ao perspectivar a presença das FDLR mas comprometendo-se a neutralizá-las, o porta-voz do governo congolês, Patrick Muyaya, sublinhou a determinação de Kinshasa em dissipar os “falsos pretextos” do Ruanda na resolução desta crise. Esta abordagem demonstra o desejo de construir uma relação de confiança e cooperação mútua entre os dois países.
Na verdade, desde o início da crise, a RDC tem trabalhado para desmantelar os argumentos falaciosos utilizados pelo Ruanda para justificar a sua interferência nos assuntos congoleses. As discussões resultaram num acordo sobre a questão dos refugiados e na retirada das tropas ruandesas, abrindo caminho para uma colaboração mais estreita entre os dois países.
As discussões entre os ministros permitiram também encarregar os especialistas de preparar um plano detalhado para a implementação dos compromissos assumidos nesta reunião. Este plano operacional será crucial para garantir a implementação efectiva das decisões tomadas em Luanda e para garantir um acompanhamento rigoroso do progresso das acções empreendidas.
No terreno, apesar de alguns confrontos esporádicos entre as forças armadas congolesas e grupos rebeldes apoiados pelo Ruanda, foram alcançados progressos significativos. A província do Kivu do Norte, há muito marcada pela instabilidade e pela violência, parece estar a iniciar um processo de pacificação graças aos esforços concertados das autoridades congolesas e ruandesas.
Em conclusão, o acordo sobre o Plano Harmonizado para a neutralização das FDLR entre a RDC e o Ruanda marca um passo histórico na resolução dos conflitos que destroem a região dos Grandes Lagos. Esta abordagem demonstra a maturidade política dos dois países e o seu desejo de virar a página de um passado conflituoso para construir um futuro de paz e prosperidade para as suas populações.