**Fatshimetrie: O Empoderamento das Mulheres Empreendedoras no Sector Agrícola em África**
Num continente em plena turbulência empresarial, a história de Augustina Tufuor, uma empreendedora do Gana, ressoa como o testemunho comovente de muitas mulheres que procuram florescer no mundo dos negócios. Aos 30 anos, fundou a Tropical Snacks, empresa que produz chips de banana-da-terra totalmente naturais. No entanto, apesar do sucesso, Augustina encontrou obstáculos significativos ao crescimento do seu negócio, principalmente financeiros.
A história de Augustina infelizmente não é isolada. Muitas mulheres na África Subsariana enfrentam grandes desafios no acesso ao financiamento, à terra e à tecnologia. De acordo com o Centro de Comércio Internacional (ITC), mais de 70% das empresas lideradas por mulheres em África não têm acesso a serviços financeiros, deixando-as dependentes de redes informais ou de poupanças pessoais.
Confrontados com esta realidade complexa, a FAO e o ITC lançaram conjuntamente o programa Empoderamento das Mulheres e Melhoria dos Meios de Subsistência através do Comércio Agrícola (EWAT). Implantada em seis países africanos, a EWAT visa ajudar as mulheres empresárias a participar na Zona de Comércio Livre Continental Africana (ZLECAF), proporcionando-lhes formação em desenvolvimento de produtos, vendas, marketing e preparação financeira.
A jornada de Asma Begum Mirza, uma agroempresária nigeriana de 61 anos, ilustra perfeitamente os desafios que estas mulheres enfrentam. Apesar das elevadas taxas de juro e dos requisitos de garantias, Asma conseguiu transformar a sua realidade participando no Bootcamp de Preparação Financeira da EWAT em Lagos, onde aprendeu como apresentar o seu plano de negócios de forma convincente e apresentar um discurso eficaz aos investidores.
Mais do que apenas formação, o programa EWAT trabalha em estreita colaboração com instituições financeiras para criar produtos de empréstimo adaptados às mulheres que trabalham no sector agrícola. Clara Park, Oficial de Igualdade de Género da FAO, destaca a importância da igualdade de género nas ações da organização, que está ativamente empenhada em ajudar as mulheres a aceder a novos mercados, a adaptar-se às regulamentações comerciais e a melhorar as suas oportunidades de financiamento.
Através de iniciativas como a EWAT, mulheres como Augustina e Asma estão a adquirir as ferramentas e conhecimentos essenciais para superar barreiras estruturais e fazer crescer os seus negócios no sector agrícola de África. Assim, o empoderamento das mulheres empreendedoras torna-se não apenas um imperativo económico, mas também uma alavanca essencial para o crescimento inclusivo e sustentável no continente.