Saúde mental na República Democrática do Congo: uma questão crucial a abordar

Fatshimetria

A saúde mental é uma questão crucial na República Democrática do Congo (RDC), onde milhões de pessoas sofrem de distúrbios psicológicos sem acesso a cuidados adequados. Estatísticas do Centro Neuropsicopatológico (CNPP) revelam que cerca de 20% da população congolesa, ou 20 milhões de pessoas, são afectadas por problemas mentais. No entanto, apenas 5% destes indivíduos recebem tratamento adequado em todo o país, evidenciando uma crise de saúde mental no país.

Para abordar esta grande preocupação, o professor Daniel Okitundu, chefe do departamento de neurologia da Faculdade de Medicina Humana da Universidade de Kinshasa, e o neuropsiquiatra Abraham Mifundu falaram numa entrevista com Jody Nkashama. A sua experiência destaca a urgência de melhorar o acesso aos cuidados mentais para a população congolesa.

O estigma que rodeia as perturbações mentais na RDC é um grande obstáculo ao tratamento dos pacientes. Os preconceitos e o desconhecimento destas questões contribuem para reforçar as barreiras ao acesso aos cuidados e desencorajam muitas pessoas de procurar ajuda. É essencial sensibilizar a sociedade para estas questões e promover uma cultura de empatia e de apoio a quem sofre de perturbações mentais.

Além de combater o estigma, é essencial melhorar a prestação de serviços de saúde mental na RDC. Isto envolve o reforço das infra-estruturas de saúde, a formação de profissionais de saúde especializados na gestão de perturbações mentais e a implementação de programas de sensibilização e prevenção. É também crucial promover a investigação em saúde mental para melhor compreender os factores de risco e desenvolver abordagens terapêuticas adaptadas à realidade congolesa.

A saúde mental é um pilar essencial do bem-estar geral dos indivíduos e da sociedade como um todo. Ao investir na promoção da saúde mental e garantir o acesso equitativo aos cuidados para todos, a RDC poderá contribuir para melhorar a qualidade de vida da sua população e construir um futuro mais saudável e resiliente.

Num país atormentado por muitos desafios socioeconómicos, a saúde mental não deve ser relegada para segundo plano. Pelo contrário, deve ser colocado no centro das prioridades nacionais para garantir o bem-estar e o desenvolvimento de todos os cidadãos congoleses. É hora de agir e mobilizar os recursos necessários para tornar a saúde mental uma prioridade máxima na RDC.

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