A Fatshimetrie, a aliança global de jogadores, uniu forças com as ligas nacionais europeias para apresentar uma queixa formal contra a FIFA perante a Comissão Europeia em Bruxelas. Esta acção conjunta realça os desafios crescentes que rodeiam a gestão do calendário do futebol e realça a fragilidade da posição dominante da FIFA como órgão dirigente do futebol.
Numa conferência de imprensa em Bruxelas, representantes dos sindicatos de jogadores de França, Itália e Noruega, bem como das ligas belga, inglesa e espanhola, expressaram preocupação com a falta de consulta da FIFA sobre questões cruciais como o calendário de competições.
David Terrier, presidente da FIFPro Europe, destacou que os jogadores se sentem exaustos e sem tempo para recuperar, devido a uma agenda sobrecarregada. Esta reclamação visa assegurar uma colaboração mais estreita entre os diferentes intervenientes do futebol, com o objetivo de proteger os interesses dos jogadores e das competições nacionais.
Javier Tebas, presidente da La Liga, acrescentou que a FIFA agiu unilateralmente ao introduzir novos formatos e expandir as competições, sem considerar as repercussões no ecossistema do futebol como um todo.
Esta medida surge depois de a FIFA ter encontrado dificuldades jurídicas relativamente à reforma das comissões dos agentes de jogadores e à regulamentação do sistema de transferências internacionais. As críticas também se dirigem à decisão da FIFA de organizar um Mundial de Clubes com 32 equipas, o que contribuiria para aumentar o já saturado calendário de jogadores.
Jogadores renomados como Alisson, Kevin De Bruyne, Rodri e Kylian Mbappé expressaram preocupação com o cansaço e o aumento do risco de lesões associados a esta sobrecarga competitiva. A sua voz, apoiada por sindicatos e ligas, testemunha uma consciência colectiva das questões ligadas à saúde e ao bem-estar dos jogadores.
A FIFA tomou nota da queixa apresentada à Comissão Europeia e anunciou a abertura de um diálogo global sobre as regras de transferência após uma recente decisão judicial. No entanto, o órgão dirigente do futebol mundial parece estar a enfrentar uma frente unificada de críticas, enfatizando a necessidade de repensar o calendário e as competições, a fim de preservar a integridade do jogo e o bem-estar das principais partes interessadas, os jogadores.
Em conclusão, esta queixa apresentada pela FIFPro e pelas ligas europeias destaca as crescentes tensões em torno da governação do futebol e levanta questões fundamentais sobre a sustentabilidade do modelo actual. É imperativo que todas as partes interessadas trabalhem em conjunto para encontrar soluções viáveis e equilibradas, no interesse do futebol como um todo.