A controversa parceria entre Ketraco e Adani: questões e desafios para a energia no Quénia

O sector energético no Quénia está em plena expansão, enfrentando grandes desafios, mas também novas oportunidades. Esta semana, um anúncio importante chamou a atenção: a assinatura de uma parceria público-privada entre a Ketraco, distribuidora de energia elétrica queniana, e o grupo indiano Adani para a construção de três linhas de energia e duas subestações. Um acordo no valor estimado de 736 milhões de dólares que visa fortalecer a rede eléctrica do país e lidar com cortes recorrentes de energia.

No entanto, esta colaboração não é isenta de controvérsias. Surgiram vozes para criticar a falta de transparência no processo de adjudicação do contrato à Adani. Um escritório de advocacia tentou em vão obter mais informações sobre a decisão, enquanto uma associação da sociedade civil tomou medidas legais para contestar a parceria. Estas reacções realçam preocupações sobre a governação e a responsabilização na gestão de grandes projectos de infra-estruturas.

Além disso, a polémica em torno do grupo indiano Adani não se limita a esta parceria no sector energético. Na verdade, os trabalhadores da aviação civil opuseram-se a um projecto de renovação do Aeroporto Internacional de Nairobi envolvendo Adani, pondo em causa o período de concessão proposto de trinta anos. Esta nova disputa legal evidencia preocupações crescentes sobre o envolvimento do grupo em projetos de importância nacional.

Apesar destes desafios, o governo queniano defende a sua colaboração com Adani afirmando que foram realizados estudos aprofundados a montante para garantir a fiabilidade e legitimidade desta parceria. O desafio para as autoridades é satisfazer as crescentes necessidades energéticas do país, assegurando ao mesmo tempo uma gestão transparente e eficiente dos recursos públicos.

Em conclusão, a parceria público-privada entre a Ketraco e a Adani abre novas oportunidades para o sector energético do Quénia, mas também levanta questões sobre a governação e a responsabilização dos decisores. É essencial que as partes interessadas, incluindo a sociedade civil e os actores económicos, sejam envolvidos de forma transparente na implementação destes projectos para garantir um desenvolvimento sustentável e equitativo para todos os cidadãos quenianos.

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