**A Adaptação do Regime Político na República Democrática do Congo: Uma Necessidade de Harmonia Social**
Num contexto político marcado por debates em torno da revisão constitucional na República Democrática do Congo (RDC), ouvem-se vozes divergentes, cada uma defendendo as suas convicções relativamente ao futuro democrático do país. No centro destas discussões, Alain Daniel Shekomba, candidato vencido nas eleições presidenciais de 2018, levanta pontos de importância capital.
A ideia de rever a Constituição para uma transição para um sistema presidencialista provoca reações contraditórias. Se alguns vêem isto como uma manobra para permitir ao Presidente Félix Tshisekedi prolongar o seu mandato, Alain Daniel Shekomba apela a que se considere este desenvolvimento como uma adaptação necessária às necessidades reais da população congolesa.
Na sua visão expressa numa publicação recente intitulada “Tribuna do Estrategista”, Alain Daniel Shekomba destaca os limites do actual regime parlamentar na RDC, que associa tanto à segurança como à instabilidade socioeconómica. Destaca a urgência de uma transição para um regime presidencialista, que considera uma condição sine qua non para o progresso e a harmonia dentro da nação.
A análise de Shekomba aponta as consequências prejudiciais da fragmentação étnico-tribal encorajada pelo regime parlamentar em vigor desde 1990. Ele destaca a necessidade de construir uma nação unificada em vez de um mosaico de tribos dispersas. Segundo ele, esta transformação constitucional é essencial para combater a pobreza, as desigualdades e a crescente insegurança que assola a sociedade congolesa.
O apoio de Alain Daniel Shekomba à revisão da Constituição não visa consolidar o poder de Félix Tshisekedi, mas sim lançar as bases para uma governação mais eficaz e representativa das aspirações do povo congolês. Denuncia também a natureza orçamental da actual Constituição, que alimenta a corrupção e prejudica a boa governação no país.
Num cenário político onde as posições divergem e os interesses colidem, a voz de Alain Daniel Shekomba ressoa como um apelo à unidade, à reforma e à construção de uma verdadeira democracia. A sua visão, tingida de profunda preocupação pelo futuro da RDC, levanta questões essenciais sobre o caminho a seguir para garantir a estabilidade e o progresso do país.
Em última análise, a reflexão proposta por Alain Daniel Shekomba apela a uma reflexão profunda sobre a adaptação do regime político congolês às exigências do século XXI. Lançar as bases de um regime presidencial sólido e inclusivo poderia constituir um primeiro passo para uma sociedade congolesa mais coesa, mais justa e mais próspera.. A promoção de um diálogo aberto e construtivo em torno destas questões vitais é, portanto, essencial para garantir um futuro brilhante para a República Democrática do Congo.