Greve dos médicos em Kinshasa: os desafios da mobilização para o sistema público de saúde

A cidade de Kinshasa está abalada por uma greve iniciada por médicos nos hospitais públicos. Na origem deste movimento, reivindicações legítimas relativas à melhoria das condições de trabalho e salários dos profissionais de saúde. Na verdade, o Sindicato Nacional dos Médicos (SYNAMED) decidiu lançar uma greve de uma semana a partir de 15 de outubro. Esta decisão segue-se a uma assembleia geral realizada no dia 12 de outubro na sede da SYNAMED em Kasa-Vubu.

O Secretário Executivo Provincial do SYNAMED em Kinshasa expressou claramente as razões desta greve. Ele aponta o desrespeito aos compromissos assumidos pelo governo em termos de aumento da remuneração dos médicos. Destaca também as injustiças sofridas por certos médicos, bloqueados na carreira ou mal remunerados, embora cumpram a sua missão com dedicação. Estas disfunções colocam em risco o sistema de saúde ao forçar determinados profissionais a abandonar o país em busca de carreiras mais atractivas em termos salariais.

Os médicos exigem, portanto, um aumento nos seus salários, destacando a importância do reconhecimento do trabalho prestado por estes profissionais de saúde. Recordam também a questão crucial da manutenção destes talentos no país, num contexto onde a escassez de médicos qualificados é uma realidade preocupante.

Quanto aos termos da greve, será prestado o serviço mínimo para garantir a continuidade do atendimento de urgência. No entanto, são esperadas perturbações, nomeadamente ao nível das consultas externas e dos procedimentos não urgentes. Os médicos justificam estas ações pela sua determinação em fazer ouvir a sua voz e em obter progressos concretos por parte das autoridades.

É essencial que o governo tenha em consideração as reivindicações legítimas dos médicos, a fim de garantir a sustentabilidade do sistema de saúde congolês. A actual greve reflecte um profundo mal-estar no seio da profissão médica, que não pode ser ignorado sem consequências prejudiciais para toda a população.

Em conclusão, esta greve dos médicos em Kinshasa reflecte os desafios que o sector da saúde enfrenta na República Democrática do Congo. É imperativo que sejam encontradas soluções duradouras que respondam às legítimas expectativas dos profissionais de saúde, garantes da saúde e do bem-estar da população.

Grace Guka

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