**Diplomacia RD-Congolesa em destaque: análise aprofundada da 19ª Cimeira da Francofonia**
A recente 19ª Cimeira da Francofonia, realizada em Paris, suscitou fortes reações e questões, destacando as questões e tensões que impulsionam a cena política internacional. No centro deste evento, a RD Congo viu-se no centro de um jogo diplomático complexo, marcado por posições fortes e divergências abertas.
A ausência do Presidente Félix Tshisekedi durante a sessão fechada da cimeira fez correr muita tinta. Alguns viram nisso uma forte mensagem diplomática, uma forma de expressar desaprovação a uma certa omissão por parte do presidente francês Emmanuel Macron. Na verdade, ao não mencionar a crise em curso no leste da RD Congo durante o seu discurso de abertura, Macron provocou involuntariamente tensões, destacando as sensibilidades e expectativas de diferentes intervenientes francófonos.
As declarações do porta-voz do governo da República Democrática do Congo, Patrick Muyaya, também lançaram uma luz dura sobre a dinâmica de trabalho durante esta cimeira. Apontando as alegadas políticas manipuladoras do Ruanda, Muyaya destacou as tensões subjacentes e as questões geopolíticas complexas que rodeiam a crise no leste da RD Congo. As suas declarações realçaram o desejo do governo da República Democrática do Congo de não permanecer passivo face ao que considera serem ameaças externas à sua soberania.
A questão das condenações sem sanções contra o Ruanda também cristalizou as expectativas e decepções das partes interessadas. Se a ausência de sanções directas pode parecer decepcionante para alguns, deve sublinhar-se que a Francofonia não é necessariamente o fórum apropriado para ditar tais medidas. Por outro lado, as resoluções tomadas na cimeira, em particular o pedido de retirada das tropas ruandesas do leste da RD Congo, demonstram um desejo comum da comunidade francófona de enfrentar os desafios de segurança regional.
Finalmente, as ambições da RD Congo para a Francofonia foram claramente demonstradas durante esta cimeira. Sendo o país mais populoso e de língua francesa de África, a RD Congo aspira legitimamente a desempenhar um papel de liderança dentro da organização. As críticas do secretário-geral da OIF, acusado de parcialidade a favor do Ruanda, são indicativas das tensões geopolíticas que atravessam a instituição.
Em conclusão, a XIX Cimeira da Francofonia foi palco de tensões, posições fortes e jogos diplomáticos complexos. Destacou as principais questões geopolíticas que impulsionam a cena internacional, ao mesmo tempo que destacou as aspirações legítimas dos diferentes actores de fazerem valer os seus interesses e a sua visão do mundo.. Perante estes desafios, a diplomacia RD-Congolesa encontra-se num momento crucial da sua história, onde a capacidade de defender os seus interesses e ao mesmo tempo promover a cooperação regional e internacional será decisiva para o futuro da região.