Fatshimetrie, 10 de Outubro de 2023 – Durante muitos meses, o governo da República Democrática do Congo tem empreendido esforços significativos para reforçar a transparência no sector bancário, a fim de apoiar eficazmente os empresários locais. Numa entrevista recente, Jean-Jacques Lumumba, especialista bancário, partilhou reflexões relevantes sobre estratégias de concessão de crédito a jovens empreendedores e o seu impacto no desenvolvimento económico do país.
Quando abordamos a questão da concessão de crédito aos empresários, Jean-Jacques Lumumba sublinha a importância da rentabilidade e da capacidade dos empresários reembolsarem os empréstimos obtidos. Destaca a necessidade de estes últimos terem uma sólida capacidade de autofinanciamento, essencial para atrair financiamento bancário. Contudo, permanece um grande obstáculo: a falta de garantias financeiras suficientes para garantir empréstimos. Neste contexto, a criação de fundos de garantia, geridos de forma eficiente, surge como uma alavanca essencial para apoiar os jovens empreendedores e promover o seu acesso ao crédito.
Também desperta interesse uma proposta: a criação de um banco de crédito agrícola com vista a dinamizar o sector agrícola, satisfazer as necessidades alimentares do país e promover o empreendedorismo rural. Esta iniciativa permitiria à RDC reforçar a sua autonomia financeira, promovendo a criação e gestão de bancos controlados principalmente por intervenientes nacionais. Na verdade, a abertura dos bancos locais ao capital estrangeiro levantou questões sobre a soberania financeira do país. É necessário que o governo aborde esta questão estratégica para apoiar eficazmente a política agrícola e de investimento.
No que diz respeito ao apoio aos jovens empreendedores, Jean-Jacques Lumumba sublinha o papel essencial de instituições como a ANADEC, FOGEC e ARSP. Estas organizações, embora não sejam instituições financeiras, prestam um apoio técnico valioso aos empresários congoleses. No entanto, para promover um desenvolvimento socioeconómico mais significativo, é necessário ir além da supervisão para oferecer soluções mais globais e adaptadas às reais necessidades dos empresários.
Em conclusão, a concessão de crédito aos empresários na RDC não pode limitar-se a uma simples questão de financiamento. É imperativo implementar políticas e sistemas eficazes para garantir um acesso justo ao crédito, reforçar a autonomia financeira do país e apoiar de forma sustentável o desenvolvimento dos empresários locais. Estas medidas ajudarão a estimular o empreendedorismo, a promover a criação de emprego e a contribuir para o crescimento económico da República Democrática do Congo.. Ainda há um longo caminho a percorrer, mas iniciativas promissoras e pensamento estratégico podem abrir novas perspetivas para um setor empresarial dinâmico e próspero.