**Fatshimetrie: Escassez diária nas prateleiras dos supermercados tunisinos**
A economia tunisina, apesar dos esforços envidados pelo Presidente Kaïs Saïed para iniciar um segundo mandato, continua a enfrentar grandes desafios. A inflação, a depreciação do dinar e o peso da dívida são elementos que têm um impacto negativo na situação económica do país.
A taxa de crescimento do PIB atingiu apenas 1% no segundo trimestre de 2024, enquanto o desemprego ronda os 16%. Apesar de alguns sinais de melhoria, como a queda da taxa de inflação para 6,7%, a maioria dos tunisinos ainda sente os efeitos de uma economia em declínio.
A crise económica tem um impacto directo na vida quotidiana dos tunisinos. As prateleiras dos supermercados estão muitas vezes vazias e os cortes de energia são uma realidade diária. Os serviços básicos, como água e electricidade, são muitas vezes insuficientes e a escassez de alimentos é comum.
A dependência da ajuda externa e das receitas do turismo também limita a capacidade do país de recuperar por si só. Incentivar a poupança interna e apoiar o empreendedorismo serão passos essenciais para a construção de um futuro económico sustentável.
Ruanda: Ambições económicas e desafios de desenvolvimento
O Ruanda continua a surpreender pela sua resiliência económica. O PIB real do país cresceu uns impressionantes 9,7% no primeiro trimestre de 2024, superando o crescimento de 8,2% registado no ano anterior.
Este desempenho notável, apesar de um abrandamento económico global, pode ser explicado pelo forte consumo em sectores-chave como os serviços e a indústria. O setor industrial se destacou especialmente, com crescimento de 10%.
Apesar destes desenvolvimentos positivos, o Ruanda enfrenta desafios persistentes, incluindo a inflação e uma mão-de-obra com formação insuficiente. Para maximizar o potencial da sua população jovem, o Ruanda deve concentrar os seus esforços no desenvolvimento de competências.
Um projecto recente de 200 milhões de dólares visa proporcionar oportunidades a 200.000 jovens vulneráveis para adquirirem as competências necessárias no mercado. Com estas novas medidas, o Ruanda aspira tornar-se um país de rendimento médio até 2035 e um país de rendimento elevado até 2050.
Pesca em África: desafios e perspectivas
O sector das pescas é crucial para o continente africano, com um vasto território marítimo de 13 milhões de quilómetros quadrados. O sector emprega mais de 12 milhões de pessoas e garante a segurança alimentar a mais de 200 milhões de africanos.
Contudo, o consumo per capita de peixe é alarmante, inferior a 10 kg por ano, e apenas 5 kg na África Oriental. A pesca ilegal e a sobrepesca privam as comunidades locais de proteínas essenciais e de rendimentos, beneficiando os sistemas alimentares europeus e asiáticos.
Confrontados com ameaças aos recursos marítimos e continentais, alguns países como Marrocos já implementaram legislação rigorosa que regulamenta as técnicas de pesca, impõe épocas e limita a intensidade da pesca industrial.
Estão a surgir cada vez mais os chamados acordos de pesca de “segunda geração”, como o assinado entre o Senegal e a União Europeia em 2019, que permite aos pescadores europeus obter uma quota de 10.000 toneladas por ano.
A pesca artesanal, que representa 66% no continente e mais de 80% nos países menos desenvolvidos, é uma mais-valia para os países africanos que enfrentam os desafios do desenvolvimento sustentável. O aumento do apoio político a este sector e a definição de uma estratégia sustentável para a pesca interior e a aquicultura poderão ter repercussões significativas na segurança alimentar das populações africanas.