A luta contra a Mpox em África: uma corrida contra o tempo

No mundo da saúde pública em África, a luta contra as epidemias continua a ser uma prioridade constante. O Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (África CDC) acaba de revelar que a Mpox continua a ser um importante problema de saúde pública na região.

Na semana passada, o centro registou 489 novos casos de Mpox, infelizmente resultando em 53 mortes. Durante a sua recente conferência semanal sobre surtos epidémicos no continente, o Dr. Jean Kaseya, Director Geral do África CDC, destacou a gravidade da situação.

Apesar dos esforços para conter a propagação da varíola, o número de casos continua a aumentar. Com um total de 3.186 novos casos notificados na última semana, é imperativo acelerar as intervenções, especialmente a vacinação, para conter a doença.

O Dr. Kaseya destacou a campanha de vacinação lançada na República Democrática do Congo, o país mais afectado, onde mais de 1.600 pessoas já foram vacinadas, principalmente na região oriental. Ele também mencionou a Nigéria, que deverá iniciar a vacinação após receber 10 mil doses da vacina Mpox dos Estados Unidos.

Para enfrentar esta crise, África espera receber 10 milhões de doses de vacina dos seus parceiros internacionais. De referir que em 2024 já foram registados mais de 38.300 casos em 16 países africanos, provocando 979 mortes. O Gana e a Zâmbia estão entre os últimos países a reportar um surto de Mpox.

A varíola geralmente se apresenta com sintomas semelhantes aos da gripe e lesões cheias de pus. Esta doença representa um grande desafio de saúde pública e requer uma resposta rápida e coordenada para prevenir a sua propagação.

Relativamente ao surto do vírus Marburg no Ruanda, o Dr. Kaseya sublinhou que o risco de exportação da doença era extremamente baixo. Apesar dos 58 casos confirmados de Marburg e das 13 mortes registadas no Ruanda, a taxa de letalidade permanece relativamente baixa, em 22%.

Elogiou as medidas preventivas implementadas pelo Ruanda, tais como a coordenação entre a polícia, as instalações de saúde e os serviços de transporte para rastrear contactos e fornecer uma intervenção médica rápida.

No entanto, o Dr. Kaseya criticou o recente alerta dos EUA contra viagens ao Ruanda devido ao surto de Marburg, chamando-o de “injusto e inaceitável”. Defendeu a resposta do Ruanda à epidemia, destacando a implantação de vacinas, tratamentos e testes para controlar a propagação do vírus.

Para concluir, sublinhou a importância do envolvimento comunitário no combate às epidemias, dizendo que a colaboração e a tomada de medidas rápidas são essenciais para conter estes surtos e proteger a saúde pública em África..

Num contexto em que a gestão de crises sanitárias se está a tornar uma prioridade global, é imperativo que as autoridades e organizações trabalhem em conjunto para prevenir a propagação de doenças infecciosas e proteger a população contra ameaças emergentes.

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