O mundo inteiro está a voltar a sua atenção para a COP29, que terá lugar em Baku no próximo mês, onde a questão crucial do financiamento climático estará no centro dos debates. Os países ricos estarão sob pressão para aumentar substancialmente os fundos atribuídos às nações mais pobres para as ajudar a enfrentar os desafios das alterações climáticas.
A própria definição de financiamento climático pode variar e estar sujeita a debate. Trata-se essencialmente de investimentos realizados de forma a promover uma transição para métodos de desenvolvimento com baixas emissões de gases com efeito de estufa e resiliência às alterações climáticas, nos termos do acordo de Paris. Isto inclui financiamento público ou privado em setores como energia limpa, tecnologias verdes ou medidas de adaptação aos efeitos do aquecimento global.
Os países ricos, vistos como os principais culpados do aquecimento global, comprometeram-se a fornecer financiamento aos países em desenvolvimento. No entanto, persistem tensões relativamente ao montante a atribuir, à distribuição dos custos e às prioridades de financiamento. Alguns acreditam que os actuais países industrializados representam apenas uma parte das emissões históricas e apelam, em particular, à China e aos países do Golfo para que contribuam mais.
As próximas negociações na COP29 terão como objectivo estabelecer novas metas financeiras para além de 2025. As estimativas indicam que os países em desenvolvimento necessitarão de 2,4 biliões de dólares por ano até 2030, exigindo clareza sobre a origem e a forma deste financiamento. Os defensores do ambiente apelam a que os montantes pagos sejam subvenções e não empréstimos, para proporcionar alívio aos países mais vulneráveis.
A questão de saber de onde vem o financiamento é crucial. Actualmente, a maior parte da ajuda financeira climática passa através de bancos de desenvolvimento ou fundos geridos em conjunto com os países em causa. Contudo, há críticas aos empréstimos concedidos, em detrimento dos subsídios. Os países desenvolvidos terão de encontrar soluções inovadoras, tais como uma reorientação dos subsídios aos combustíveis fósseis para energias limpas ou a implementação de novos impostos globais.
A COP29 será uma oportunidade para os países reafirmarem o seu compromisso com o financiamento climático, ao mesmo tempo que procuram mecanismos mais eficazes para satisfazer as necessidades crescentes dos países em desenvolvimento. Os riscos são elevados e o mundo inteiro aguarda ações concretas e ambiciosas para combater as alterações climáticas e proteger o nosso planeta para as gerações futuras.