O terror das gangues armadas no Haiti: um grito de alarme para a população civil

Os acontecimentos recentes no Haiti foram marcados por um acto de violência e terror numa escala sem precedentes. Quase 6.300 pessoas foram forçadas a fugir das suas casas na sequência de um ataque de membros de gangues fortemente armados no centro do país. Os números são esmagadores: pelo menos 70 pessoas perderam a vida durante esta tragédia, deixando para trás uma paisagem de destruição e luto.

A cidade de Pont-Sondé foi palco deste ataque brutal, ocorrido a meio da noite. Em pânico, muitas pessoas fugiram a pé, levando consigo apenas seus filhos e entes queridos. As ruas de Pont-Sondé transformaram-se num cenário de caos, repleto de corpos de vítimas, a maioria delas atingidas na cabeça, segundo testemunhos relatados por Bertide Harace, porta-voz da Comissão para o Diálogo, Reconciliação e Sensibilização. para salvar o Artibonite.

A situação dos deslocados é muito precária. Quase 90% deles encontraram abrigo com familiares, enquanto 12% instalaram-se em locais temporários, como escolas ou parques. Entre os reunidos no parque Saint-Marc, abundam as reclamações sobre a falta de comida e água. Cada porção de arroz e feijão, cada garrafa de água é objeto de desejo e tensão palpável.

As mulheres deslocadas, sentadas com os seus filhos, contam as cenas de terror que viram e ouviram: tiros, homens armados a forçar a entrada nas casas e a disparar contra residentes. O medo reina supremo e a insegurança pesa fortemente sobre estas famílias dilaceradas pela violência dos gangues.

O primeiro-ministro Gary Conille visitou Saint-Marc para mostrar o seu apoio às vítimas e prometeu que os responsáveis ​​por este ataque desprezível enfrentariam justiça pelas suas ações. No entanto, a violência dos gangues continuou a aumentar no Haiti, particularmente na região de Artibonite, que constitui o coração agrícola do país. Os confrontos entre estes grupos criminosos espalharam o terror entre os civis, levando a deslocações massivas da população e deixando muitas famílias sem abrigo no seu próprio país.

A situação actual no Haiti é alarmante: mais de 700.000 pessoas, a maioria das quais são crianças, estão actualmente deslocadas dentro do país, segundo a Organização Internacional para as Migrações. Este número aumentou 22% somente desde junho passado. É imperativo que sejam tomadas medidas concretas para aliviar as tensões e proteger a população civil contra os abusos dos bandos armados que semeiam o caos e o terror no Haiti.

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