A cena política tunisina está mais uma vez agitada por manifestações massivas. As ruas de Túnis são palco de protestos contra o presidente Kais Saied, criticado por ter restringido a participação dos seus adversários nas próximas eleições presidenciais marcadas para 6 de outubro. Este protesto cidadão expressa profunda insatisfação com as práticas do chefe de Estado.
Os manifestantes denunciam o presidente cessante, alegando que este, após um mandato de cinco anos, procura distorcer as eleições em seu benefício, limitando os candidatos que podem concorrer contra ele. A falta de transparência e justiça no processo eleitoral provoca uma forte reacção entre os cidadãos, especialmente entre os jovens tunisinos.
Muitos jovens, decepcionados com o sistema político em vigor, decidiram boicotar as próximas eleições. Para eles, nenhum candidato desperta apoio e as condições para uma eleição justa e transparente não estão reunidas. Esta rejeição dos jovens relativamente ao processo eleitoral evidencia um profundo desencanto com a governação actual e a falta de representatividade dos candidatos na disputa.
A comissão eleitoral tunisina, nomeada pelo Presidente Saied, apenas validou outros dois candidatos para concorrer com ele. Os críticos, especialmente de organizações de direitos humanos, denunciam a manipulação do processo eleitoral, levando à expulsão de potenciais candidatos através de medidas repressivas, como processos judiciais e prisão.
Desde que assumiu o poder em 2019, o Presidente Saied tomou medidas autoritárias, chegando ao ponto de suspender o Parlamento e impor uma nova constituição que reforça os seus próprios poderes. Ocorreram detenções de advogados, jornalistas e activistas, demonstrando o desejo de amordaçar qualquer voz dissidente.
Este protesto popular na Tunísia levanta questões cruciais sobre a democracia e a governação do país. Os cidadãos, especialmente os jovens, exigem um sistema político mais inclusivo, que respeite os direitos e liberdades fundamentais. O que está em jogo nas próximas eleições presidenciais é crucial para o futuro do país, reflectindo os desafios democráticos e sociais que a Tunísia enfrenta.