“O Ruanda enfrenta uma situação sanitária preocupante com a confirmação do primeiro surto do vírus Marburg no país. Esta doença mortal, transmitida aos humanos por morcegos frugívoros e através do contacto com fluidos corporais infectados, já causou oito mortes.
O Ministério da Saúde emitiu recomendações à população para evitar contato próximo com indivíduos que apresentem sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares, vômitos e diarreia.
Perante esta situação, o governo intensificou os esforços de rastreio de contactos, vigilância e testes, instando os cidadãos a manterem boas práticas de higiene, incluindo a lavagem frequente das mãos.
Nas discussões com os moradores, sente-se um sentimento de profunda preocupação. Uma residente local, Jacky, expressa o seu medo, dizendo: “Se o vírus se espalhar ainda mais, irá afectar-nos como população, irá matar-nos como durante a pandemia de Covid-19 e poderemos até voltar ao confinamento”.
Para Eric, que atua no setor hoteleiro, a preocupação é a mesma. “Com o surgimento de novas doenças nos países vizinhos, precisamos de medidas proativas para proteger a saúde pública. O risco de propagação é uma realidade diária para aqueles de nós que interagem com turistas”.
À medida que o Ruanda atravessa estes tempos sem precedentes, a urgência de aumentar a sensibilização e de tomar medidas de protecção continua a crescer. Segundo o ministro da Saúde do Ruanda, Sabin Nsanzimana, um paciente que testou positivo, proveniente de uma universidade em Kigali, foi colocado nos cuidados intensivos. Estão em vigor medidas rigorosas, proibindo os pacientes de receberem visitas durante 14 dias e limitando o número de cuidadores permitidos por paciente a um de cada vez.
Este surto do vírus Marburg serve como um lembrete da importância da vigilância e da preparação face às ameaças emergentes à saúde. Num clima onde a saúde pública é posta à prova, a cooperação de todos é essencial para conter a propagação deste temido vírus”.