A crise de confiança: por uma reforma urgente do sistema judicial nigeriano

Fatshimétrie, a mídia independente e comprometida, levanta hoje um problema fundamental que abala os alicerces da sociedade nigeriana: a confiança do público no sistema judicial. Na verdade, o Conselho dos Anciãos Igbo Unidos (CAIU) Mundial fez recentemente um forte apelo à comunidade judicial da Nigéria para que se inspirasse nos seus homólogos internacionais, onde a confiança do público no sistema de justiça é um pilar essencial da democracia.

É inegável que, para que uma sociedade funcione harmoniosamente, a justiça deve ser justa, imparcial e independente de todas as pressões externas, especialmente as do governo. Infelizmente, a Nigéria ainda parece longe de alcançar este padrão global de justiça.

A CAIU sublinha que um sistema de justiça confiável se distingue pela sua capacidade de proteger os direitos dos cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, em vez de se aliar ao poder dominante para os oprimir. Infelizmente, a história da justiça na Nigéria está marcada por compromissos e falhas que minam a sua legitimidade e credibilidade aos olhos do público.

Exemplos recentes, como o impeachment do Presidente do Supremo Tribunal Walter Onnoghen e decisões eleitorais contestadas, destacam a necessidade urgente de uma reforma profunda do sistema de justiça nigeriano. A libertação imediata e incondicional de todos os presos políticos, sejam eles membros do Povo Indígena do Biafra (IPOB), apoiantes da Nação Iorubá, defensores dos direitos indígenas Hausa, activistas do Delta do Níger, actores da sociedade civil ou outros movimentos pacíficos, é um primeiro passo essencial. passo no sentido de restaurar a confiança das pessoas na justiça.

O caso de Nnamdi Kanu, uma figura emblemática na luta pela autodeterminação dos povos indígenas, ilustra de forma pungente as falhas do sistema de justiça nigeriano e a necessidade premente de reformas profundas. É imperativo que as autoridades políticas se envolvam num diálogo construtivo com a população, em particular com a juventude, a fim de neutralizar as tensões e revoltas que ameaçam a estabilidade do país.

Em conclusão, o Conselho dos Anciãos Igbo Unidos apela à sensibilização colectiva e à acção urgente para restaurar a confiança do público no sistema de justiça nigeriano. Ao libertar os presos políticos, reformar as instituições judiciais e promover o diálogo intercomunitário, a Nigéria poderá finalmente virar a página de uma história marcada pela injustiça e pela opressão.

O desafio é imenso, mas é responsabilidade de todos contribuir para a construção de um futuro mais justo e pacífico para todos os cidadãos nigerianos.

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