**Notícias judiciais na RDC: Apelo por um veredicto mais brando no caso do ataque à residência de Vital Kamerhe**
O caso do ataque fracassado à residência de Vital Kamerhe e do suposto golpe de Estado na República Democrática do Congo continua a atrair a atenção e o debate. O veredicto do tribunal militar da guarnição de Kinshasa/Gombe, proferido recentemente, deixou um sabor amargo na defesa de Marcel Malanga, filho de Christian Malanga, e dos seus co-arguidos. Maître Sylva Mbikayi, advogado de Marcel Malanga, descreveu a sentença como “severa” e anunciou que iriam recorrer para obter um resultado mais brando para o seu cliente.
Num comunicado de imprensa, Maître Mbikayi sublinhou que o tribunal não teve em conta os argumentos e circunstâncias atenuantes apresentados pela defesa durante as alegações. Insistiu no facto de Marcel Malanga, de apenas 22 anos e vindo visitar o seu pai na RDC, se ter infelizmente envolvido neste caso sem ter a menor intenção criminosa. Segundo ele, o tribunal foi tendencioso ao seguir apenas os argumentos da acusação, negligenciando assim a verdade e a justiça.
Apesar dos esforços feitos pela defesa para demonstrar a inocência de Marcel Malanga e dos seus co-réus, o tribunal proferiu sentenças muito pesadas, incluindo a pena de morte para 37 arguidos por conspiração criminosa, ataque e terrorismo. É uma sentença que afetou profundamente não só os acusados, mas também os seus entes queridos e os seus advogados, que continuam a acreditar na sua inocência.
Entre os condenados, o veredicto atingiu também Jean-Jacques Wondo, perito militar, que foi condenado à morte apesar da falta de provas concretas que o ligassem aos alegados actos. Isto levanta sérias questões sobre a equidade e o rigor da justiça neste caso complexo e controverso.
No entanto, surgiram lampejos de esperança com a absolvição de treze pessoas por falta de provas suficientes para condená-las. Isto mostra que, apesar das graves acusações apresentadas contra os arguidos, a justiça deve sempre basear-se em factos concretos e em provas irrefutáveis antes de pronunciar os veredictos finais.
Em conclusão, o caso do ataque à residência de Vital Kamerhe continua a dividir opiniões e a levantar questões legítimas sobre a imparcialidade e a transparência do sistema judicial na RDC. O recurso interposto pela defesa de Marcel Malanga é um passo na busca da verdade e da justiça, e é essencial que este segundo julgamento ajude a restaurar a justiça e a integridade neste caso com as suas muitas ramificações.
*Clémente MUAMBA*