Nas primeiras horas da manhã de 16 de setembro de 2024, Xangai, a movimentada capital económica da China, foi abalada pela chegada devastadora do tufão Bebinca. Este fenômeno meteorológico de rara intensidade atingiu a região leste da cidade, mais precisamente na Cidade Nova de Lingang, localizada no distrito de Pudong. Com rajadas de vento atingindo uma velocidade impressionante de 42 metros por segundo, Bebinca emergiu como o tufão mais formidável a atingir Xangai desde 1949, superando até mesmo o temível tufão Gloria que atingiu aquele ano.
As consequências deste ataque natural foram imediatas e impressionantes. Todos os voos de e para os dois principais aeroportos de Xangai foram cancelados, mergulhando a cidade num silêncio incomum e opressivo. As autoridades municipais, antecipando a urgência da situação, recomendaram que a população de 25 milhões de habitantes permanecesse confinada às suas casas, não correndo riscos desnecessários face à fúria devastadora de Bebinca.
No distrito de Chongming, uma ilha estrategicamente localizada na foz do rio Yangtze, 9 mil pessoas foram evacuadas com urgência para garantir a sua segurança. As rodovias, por sua vez, foram fechadas a partir da 1h, enquanto foi imposto um limite de velocidade de 40 quilômetros por hora nas ruas da cidade para evitar acidentes.
O momento só piorou a situação, com a passagem de Bebinca coincidindo com o Festival do Meio Outono, um feriado popular na China. Perante esta infeliz convergência de acontecimentos, o Ministério da Gestão de Calamidades alertou para a “elevada mobilidade” da população e apelou à vigilância.
Bebinca, não parando na sua passagem destrutiva sobre Xangai, deverá continuar a sua trajectória penetrando profundamente no interior, despejando fortes chuvas e ventos violentos nas províncias de Jiangsu, Zhejiang e Anhui. As previsões meteorológicas prevêem dias difíceis para estas regiões já afetadas pelas alterações climáticas.
Na verdade, o aquecimento global, alimentado pelas emissões de gases com efeito de estufa, contribuiu para a intensificação de fenómenos climáticos extremos, como os tufões. Os especialistas alertam que estas tempestades se formam mais perto da costa, ganham força mais rapidamente e persistem por mais tempo em terra, resultado direto das alterações climáticas.
Embora Bebinca já tenha espalhado o terror no Japão e nas Filipinas, causando danos e perdas humanas consideráveis, a China deve enfrentar a sua ira com coragem e solidariedade. Imagens de uma costa violenta em Zhoushan, província de Zhejiang, testemunham a violência da natureza, lembrando-nos da urgência de proteger o nosso planeta e combater as causas das alterações climáticas.
Nestes tempos de incerteza, onde cada tempestade parece anunciar a próxima, é nosso dever colectivo tomar medidas corajosas para proteger o nosso ambiente e garantir um futuro mais seguro para as gerações futuras. O tufão Bebinca, como um aviso comovente, lembra-nos que a natureza não perdoa ultrajes e que é tempo de agirmos em conjunto para preservar o nosso frágil equilíbrio com o nosso planeta.