**O paradoxo político de Nyesom Wike: um aliado inesperado no campo oposto**
Nyesom Wike, ex-governador do estado de Rivers e membro de longa data do Partido Democrático Popular (PDP), encontrou-se numa posição política intrigante ao tornar-se o único oponente no gabinete federal controlado pelo partido no poder, o Congresso Progressista de Todos os Povos. (APC).
A sua entrada no gabinete liderado por Tinubu levantou questões relacionadas com a sua escolha de apoiar um candidato diferente do seu partido durante as eleições presidenciais de 2023, na sequência de divergências quanto à escolha do companheiro de chapa deste último.
Levantaram-se vozes de alguns membros do PDP pedindo sanções contra o Ministro da Capital Federal por sua reaproximação com o partido no poder durante as últimas eleições e sua posterior aceitação para servir como ministro ao lado de Tinubu.
Porém, apesar das críticas, Wike segue firme na decisão de apoiar Tinubu. No Congresso do PDP realizado em Rivers, reafirmou o seu compromisso com o sucesso do atual governo.
“Estamos totalmente investidos no governo. Estamos totalmente no governo de Tinubu. Não me arrependo e continuarei assim. Deixem ir aqueles que estão infelizes e se joguem no vazio”, declarou.
O ministro da Capital Federal também criticou seu sucessor e afilhado distante, o governador Siminalyi Fubara, bem como outros governadores do PDP.
Reagindo ao apoio expresso a Fubara pelo Fórum dos Governadores do PDP, Wike prometeu semear a discórdia nas áreas onde serão feitas tentativas para lhe tirar o controlo da estrutura partidária em Rivers.
“Alguns governadores afirmam que querem tirar a estrutura de nós e dar para outra pessoa. Ouvi dizer que lhes garantiram que desapropriariam o partido do nosso país. Gostaria de dizer-lhes que colocarei fogo em seus estados.
Quando Deus lhe deu a paz, querer semear a discórdia equivale a recusar essa paz. Esteja você em Bauchi ou em outro lugar, suas mãos ficarão queimadas. Você não conhecerá mais a paz.
Então eu disse a eles, agora que vocês começaram, quando eu responder, não digam que fui eu quem destruiu o PDP, porque são vocês que estão tentando destruí-lo. »
A postura política de Nyesom Wike pode parecer confusa, mas reflecte a complexidade das alianças e rivalidades no cenário político nigeriano. A sua escolha de permanecer leal a Tinubu, apesar das tensões internas dentro do PDP, mostra a sua determinação em defender os seus interesses políticos, mesmo que isso signifique opor-se ao seu próprio partido político. Esta estratégia arriscada poderá dar-lhe uma posição forte nos mistérios do poder, mas também levanta questões sobre a sua lealdade e coerência ideológica..
Em última análise, o percurso político de Nyesom Wike ilustra o complexo funcionamento da política na Nigéria, onde as alianças podem mudar rapidamente e as trajetórias individuais curvam-se aos imperativos do poder e da sobrevivência política.