Argel: Fethi Ghares, uma importante figura da oposição na Argélia, foi preso pelas autoridades argelinas na terça-feira, de acordo com informações fornecidas por sua esposa e pelo grupo de direitos dos prisioneiros argelinos CNLD.
O líder, outrora chefe do agora proibido partido de esquerda democrática e social, foi detido por agentes à paisana na sua casa em Argel, a capital.
A sua esposa, Messaouda Cheballah, também envolvida na política, partilhou um vídeo no Facebook em que afirmava que a polícia afirmava levar Ghares para “interrogatório” sem apresentar uma intimação oficial.
Ele teria sido informado de que seria levado a uma delegacia de polícia próxima, mas no local foi informado de que não havia sido levado.
As autoridades ainda não divulgaram uma declaração oficial sobre sua prisão. Este incidente ocorre no momento em que a Argélia se prepara para as eleições presidenciais de 7 de setembro.
Este não é o primeiro desentendimento de Ghares com a lei. Em 2021, ele foi preso e posteriormente condenado à prisão por acusações que incluíam desacato ao presidente.
Em janeiro de 2022, foi condenado a dois anos de prisão por “atacar a pessoa do presidente” e “difundir informações prejudiciais à unidade nacional”. Ele foi libertado em março de 2022 depois que sua sentença foi reduzida em recurso.
Ghares, uma figura proeminente na oposição secular de esquerda da Argélia, participou no movimento Hirak de 2019, uma série de protestos em massa que levaram à saída do Presidente Abdelaziz Bouteflika. O seu partido, o Movimento Democrático e Social, sucessor do Partido Comunista Argelino, foi banido em Fevereiro de 2023.
Esta detenção levanta questões sobre o respeito pelas liberdades civis na Argélia e destaca as tensões persistentes entre o governo e a oposição política no país.
O caso de Ghares revela os desafios enfrentados pelos activistas dos direitos humanos e pelos defensores da democracia na Argélia e destaca a importância de proteger as liberdades fundamentais num clima político muitas vezes tenso.
Perante estes acontecimentos, a comunidade internacional deve acompanhar de perto a situação na Argélia e exercer pressão para garantir o respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades individuais no país.