No complexo mundo da logística do petróleo na República Democrática do Congo, está actualmente em curso um debate crucial, que destaca as questões que envolvem a agregação de volumes comerciais de produtos petrolíferos. O investigador emérito Lewis Yola, responsável pela investigação no Centro de Reflexão e Estudos sobre Hidrocarbonetos e Energias Renováveis (CREEHER), enviou uma carta comovente a Judith Suminwa, Primeira-Ministra da RDC, a fim de lhe fazer partilhar as suas preocupações sobre uma possível desmutualização de volumes e as potenciais consequências prejudiciais que daí podem resultar.
A agregação de volumes, estabelecida há alguns anos, permitiu restabelecer uma certa ordem no sector petrolífero, pondo fim às práticas desleais de alguns intervenientes logísticos. Ao uniformizar os preços dos produtos petrolíferos e ao incentivar uma concorrência saudável, esta medida desempenhou um papel essencial na transparência das transacções e na regulação do mercado petrolífero na RDC.
Contudo, um regresso à desmutualização dos volumes correria o risco de enfraquecer o equilíbrio precário já existente. Lewis Yola sublinha que esta decisão poderá levar à perturbação da cadeia de abastecimento de combustíveis, com repercussões negativas na economia nacional. Alerta contra o risco de concorrência desleal e defende a manutenção do actual sistema de pooling, ao mesmo tempo que apela a discussões aprofundadas entre o governo e as partes interessadas na profissão petrolífera para encontrar soluções sustentáveis e benéficas para todos.
Esta carta surge num contexto em que o Presidente Tshisekedi ordenou uma auditoria à estrutura dos preços dos combustíveis para identificar caminhos para reduzir os custos na bomba. Durante as recentes reuniões do Conselho de Ministros, foram mencionados diferentes caminhos, como o ajuste do preço médio na fronteira, a eliminação da agregação de volumes ou uma combinação das duas opções.
Perante estas questões cruciais para a economia nacional, é essencial que o governo e as partes interessadas do sector petrolífero trabalhem em conjunto para encontrar soluções viáveis e duradouras. A transparência, a regulamentação e a colaboração entre todas as partes interessadas serão cruciais para garantir um futuro estável e próspero para a indústria petrolífera congolesa.