Fatshimetrie, a sua fonte preferida de informação sobre acontecimentos significativos no continente africano, destaca um momento emblemático da história religiosa na República Democrática do Congo, com a beatificação de quatro mártires em Uvira em 1964. O Cardeal Fridolin Ambongo, arcebispo de Kinshasa, presidirá nesta cerimónia simbólica que presta homenagem a estes missionários de coragem indomável.
No centro desta cerimónia estão três missionários xaverianos e um sacerdote diocesano, cruelmente assassinados em 28 de novembro de 1964 em Baraka e Fizi, na província de Kivu do Sul. Entre eles, Albert Joubert, padre congolês, destacou-se pelo seu compromisso com a liberdade e a dignidade humana, valores constantemente ameaçados pelos rebeldes “Simba” da época. A sua missão pastoral e educativa, marcada pela generosidade e dedicação, tornou-a num símbolo de resistência à opressão.
Luigi Carrara, Giovanni Didonè e Vittorio Faccin, missionários italianos, também deixaram a sua marca indelével na memória colectiva. Carrara, fervoroso defensor da língua e precursor da evangelização em Fizi e Baraka, soube transmitir a sua paixão pelo conhecimento e pela fé. Didonè, por sua vez, distinguiu-se pela proximidade com os mais necessitados, levando a mensagem de Cristo às populações vulneráveis. Faccin, dedicado à orientação de jovens e à educação religiosa, incorporou a bondade e a compaixão no serviço à sua comunidade.
Estes quatro mártires, agora elevados à categoria de Beatos, testemunham a força da fé face às adversidades e a coragem inabalável dos missionários prontos a sacrificar a vida para defender as suas convicções. O seu sacrifício final ressoa como um apelo universal à tolerância, à paz e à solidariedade, valores intemporais que continuam a inspirar os crentes e os homens de boa vontade.
Esta beatificação segue a tradição dos anteriores mártires congoleses homenageados, como Irmã Marie-Clémentine Anuarite Nengapeta e Isidore Bakanja, figuras emblemáticas da resistência à opressão e da defesa dos direitos fundamentais. Ao prestar homenagem a estes heróis da fé, celebramos o precioso legado que nos legaram, um legado de coragem, auto-sacrifício e devoção aos outros. Possa a memória destes Beatos Mártires ressoar como um hino à vida, ao amor e à liberdade, recordando a todos a força inabalável da fé nas horas sombrias da história.