O legado imortal do Sistema Madilu: A lenda da rumba congolesa

Fatshimetria

Nos anais da música congolesa, certas figuras permanecem eternas, gravadas na memória colectiva pelo seu inegável talento e pela sua inestimável contribuição para o desenvolvimento da rumba africana. Entre essas lendas imortais, João de Deus Madilu Bialu Makiese Wabulakombe, popularmente conhecido como Sistema Madilu, ocupa lugar de destaque. No dia 11 de agosto, o mundo musical congolês celebrou o décimo sétimo aniversário da sua morte, recordando assim o incomensurável legado deixado por este artista excepcional.

Nascido em 1950 em Kisantu, na província do Kongo Central, Madilu System esteve imerso no mundo musical desde a sua juventude, revelando um talento precoce que o levaria às alturas da cena congolesa. A sua carreira, pontuada por colaborações emblemáticas com orquestras de renome como a Afrisa International de Tabu Ley Rochereau e a Tout-Puissant OK Jazz de Franco Luambo Makiadi, moldou a sua carreira e forjou a sua reputação como um excelente cantor.

Dentro do TP OK Jazz, Madilu System conseguiu se firmar com sua voz suave e cativante, complementando perfeitamente a energia sem limites de Franco. Os seus duetos lendários, como “Non”, “Mario” e “Mamou”, marcaram a história da música africana e permanecem peças intemporais que ainda hoje ressoam nas almas de milhões de admiradores em todo o mundo.

Após a morte de Franco em 1989, Madilu System optou por seguir seu próprio caminho, embarcando em uma carreira solo coroada de sucesso retumbante. O seu álbum “Sans comment”, lançado em 1994, impulsionou o artista para a vanguarda, com o hit essencial “Ya Jean” que conquistou corações e ondas de rádio em toda a República Democrática do Congo e além.

A discografia do Madilu System é repleta de tesouros musicais, melodias cativantes que carregam mensagens profundas sobre a vida, o amor e os tormentos da existência. De “Boma ngai, na bomayo to bomana” a “Dati Pétrole”, passando pela sublime “Mélancolique” e “Kupanda” do seu último álbum “Good mood”, cada música reflecte a sensibilidade artística e autenticidade deste artista excepcional.

Hoje, dezessete anos após sua morte, o legado do Sistema Madilu está mais vivo do que nunca. A sua música ressoa como um tributo vibrante à riqueza da rumba congolesa, convidando novas gerações de artistas a inspirarem-se na sua criatividade e na sua paixão pela arte. Figuras icónicas como Fally Ipupa reconhecem Madilu como a sua fonte de inspiração, perpetuando assim a influência e a memória deste gigante da música africana.

Nesta comemoração do décimo sétimo aniversário da sua morte, é óbvio que Madilu System continua a ser um ícone indelével da cena musical congolesa.. O seu legado artístico, impregnado de sensibilidade e emoção, continua a tocar corações e a marcar mentes, lembrando a todos o imenso talento e profundidade artística deste artista excepcional. Madilu System será para sempre lembrado como uma das vozes mais comoventes e impactantes da rumba congolesa, um tesouro musical a ser valorizado e celebrado pelas gerações vindouras.

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