**Investigação aprofundada: Os estragos da violência sexual nos campos de deslocados em Goma, Kivu do Norte**
No coração da conturbada região do Kivu do Norte estão atrocidades insuportáveis, histórias angustiantes de tragédias humanas que continuam em meio à indiferença geral. Uma investigação cuidadosa levada a cabo pela Fatshimetrie em quatro campos de deslocados em torno de Goma trouxe à luz números alarmantes e testemunhos assustadores.
O flagelo da violência sexual, em particular, assola com intensidade cruel, deixando cicatrizes profundas nas almas de muitas mulheres deslocadas. Os números são esmagadores: uma em cada dez mulheres jovens admitiu ter sido vítima de violação entre Novembro de 2023 e Abril de 2024. Esta realidade brutal revela a escala de uma tragédia silenciosa que foi ignorada durante demasiado tempo.
Contudo, a violência não se limita ao aspecto sexual. Atos de violência física e psicológica também são comuns, inserindo os deslocados numa espiral viciosa de terror e sofrimento. As precárias condições de vida nos campos acrescentam uma camada adicional de vulnerabilidade, expondo ainda mais estas populações já vulneráveis a atos desprezíveis e desumanos.
As histórias angustiantes de sobreviventes revelam ataques perpetrados por indivíduos armados, muitas vezes em ambientes isolados, como florestas ou campos, onde as pessoas deslocadas vão em busca de sustento. Esta violência incessante, seja fora do ambiente do campo ou dentro dele, cria um clima permanente de terror que oprime estas comunidades já deslocadas e enfraquecidas.
Perante esta dramática realidade, ouve-se o apelo a uma acção urgente e concertada. Os Médicos Sem Fronteiras apelam aos intervenientes humanitários para que intensifiquem a ajuda alimentar, facilitem o acesso a actividades geradoras de rendimentos e garantam abrigos para as pessoas deslocadas. Além disso, o estabelecimento de locais de alojamento seguros para acomodar os sobreviventes em perigo parece ser uma necessidade imperativa para garantir a sua protecção.
É imperativo que a comunidade internacional faça um balanço desta crise humanitária que atinge duramente as populações deslocadas em Goma. Esforços concertados, solidariedade e compromisso são chaves essenciais para pôr fim a esta violência insuportável e proporcionar às vítimas a protecção e a assistência de que necessitam desesperadamente.
A situação continua crítica, mas a urgência da situação exige uma mobilização sem precedentes para pôr fim a esta violência inaceitável e para oferecer um futuro de paz e dignidade às pessoas deslocadas de Goma.