A Fatshimetrie, plataforma online dedicada aos desafios da diversidade corporal e da autoestima, chama a atenção para uma história marcante que recentemente abalou a opinião pública. Chidimma Onwe Adetshina, uma estudante de direito de 23 anos do Varsity College, na Cidade do Cabo, tornou-se o centro de uma tempestade xenófoba, acusada de não ser “suficientemente sul-africana”.
Originário de Soweto, na África do Sul, Chidimma nasceu de pai nigeriano e mãe moçambicana de ascendência zulu. Esta diversidade cultural e étnica levantou questões sobre a sua identidade e legitimidade como participante no concurso.
Os organizadores da competição confirmaram que Chidimma estava totalmente qualificado para competir, como cidadão sul-africano bem documentado, e não como imigrante ilegal. Na África do Sul, a cidadania pode ser obtida por nascimento, registo ou naturalização.
Tendo nascido na África do Sul, Chidimma é cidadão sul-africano de pleno direito. Apesar de avançar para a fase final da competição, uma petição online pedindo a sua desclassificação reuniu 7.500 assinaturas.
A situação tornou-se mais tensa quando o Ministro dos Desportos, Artes e Cultura tuitou: “Realmente não podemos permitir que nigerianos participem na nossa competição na África do Sul. Quero obter todos os factos antes de comentar, mas isso já me deixa desconfortável. ”
O Tweet do Ministro provocou reações mistas, com alguns denunciando preconceito e tratamento injusto para com Chidimma devido à sua formação diversificada. Curiosamente, a ex-Miss África do Sul, Natasha Joubert, tinha pai caucasiano, mas a sua etnia nunca foi questionada.
Uma conta do Twitter supostamente representativa de Chidimma divulgou uma declaração em seu nome, mas a conta de Chidimma no Instagram afirma claramente que ela não tem presença no Twitter.
Esta controvérsia destaca questões complexas de identidade, nacionalidade e discriminação. As diferenças culturais e étnicas, longe de serem obstáculos, devem ser celebradas e valorizadas numa sociedade diversificada. É essencial promover a inclusão, a tolerância e o respeito pela diversidade, reconhecendo a riqueza que esta traz às nossas comunidades e ao nosso mundo.